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Rio: centro terá protesto convocado por globais nesta quinta-feira

31 out 2013 - 07h23
(atualizado às 08h57)
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O centro do Rio de Janeiro deverá ter mais uma tarde agitada e confusa nesta quinta-feira. Um protesto em frente ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) está marcado para as 15h. Denominado de Grito da Liberdade, o protesto pedirá a libertação de pessoas que ainda seguem presas depois de terem sido detidas durante ou após manifestações que ocorreram em outras ocasiões. No Rio de Janeiro, duas ainda seguem no complexo de Bangu, na zona oeste da cidade. O inusitado deste ato é que ele está sendo convocado por artistas globais, como Mariana Ximenes, Marcos Palmeira, Leandra Leal, Camila Pitanga e Wagner Moura.

Um vídeo publicado na internet, com pouco mais de cinco minutos, mostra depoimentos desses e outros artistas, defendendo o direito de as pessoas se manifestarem, e com críticas à ação da polícia e da cobertura da imprensa nos protestos.

“Essa violência absurda da polícia contra a população, botando todo mundo no mesmo balaio. São 200 pessoas presas politicamente, isso é uma loucura em 2013”, afirma, no vídeo, o ator Marcos Palmeira. Em seguida, ele pede a libertação dos manifestantes presos. “Vamos acabar com isso, vamos anistiar esses presos políticos”, acrescenta.

Wagner Moura frisa que o governo e o Estado têm que estar preparados para lidar com as manifestações. Ele exaltou ainda o efeito psicológico causado pelos protestos, segundo o ator, nas pessoas. “Todas essas manifestações durante o ano foram uma forma de mobilizar um país inteiro”, destaca Mariana Ximenes.

“O Estado deveria estar preocupado em desenvolver políticas públicas e estabelecer um diálogo com a população”, sustenta Leandra Leal. Para ela, se os governos estivessem interessados em entender quais são as reivindicações da população, não haveria tantos eventos violentos nos protestos.

“A violência vai chegar até que ponto? Vai precisar ter mortes? Porque porrada já está rolando. Pessoas sendo machucadas já está rolando. Agora tem prisões. Daí vai para onde?”, questiona Camila Pitanga.

O comportamento da imprensa também é questionado por alguns dos artistas. Para Camila Pitanga, os veículos de comunicação estão classificando todos os manifestantes de “vândalos e criminosos”.

“Só reportam o que foi quebrado, o que foi destruído. E acho que tem que parar também para pensar no que está sendo destruído. São casas de pessoas, quando a polícia joga uma bomba de gás dentro do apartamento? Não, são lugares simbólicos”, observa a também atriz Bianca Comparato.

Nas redes sociais, o movimento tem dividido as opiniões de pessoas que participam das comunidades que apoiam os protestos, como a que reúne os simpatizantes dos black blocs. Alguns afirmam que vão comparecer ao ato. Já outros alegam que artistas globais não têm o direito de se apoderarem da luta dos que estão nas ruas há meses. Os artistas não confirmaram presença no protesto desta quinta-feira.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus. A mobilização surtiu efeito e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas – o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014,

a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em 

São PauloRio de JaneiroCuritiba,

SalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. "Essas vozes precisam ser ouvidas", disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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