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Rio de Janeiro: Laudo aponta que idoso levado a banco estava desnutrido

Peritos ainda aguardam exame toxicológico para ter certeza de que morte de idoso não foi causada por envenenamento

18 abr 2024 - 12h43
(atualizado às 12h57)
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Resumo
Segurança de shopping em que mulher esteve com idoso um dia antes de ir à agência bancária, onde foi constatado o óbito dele, disse que chamou a atenção dela porque o pé do idoso estava arrastando no chão, e ela pareceu não se importar.
Morto em banco: novas imagens mostram idoso inerte ao chegar em agência no RJ
Morto em banco: novas imagens mostram idoso inerte ao chegar em agência no RJ
Foto: Reprodução

O laudo da perícia no corpo de Paulo Roberto Braga, de 68 anos, indica que ele estava desnutrido. O homem foi levado a uma agência bancária por uma mulher, que disse ser sua sobrinha, quando supostamente já estaria morto.

O caso aconteceu em Bangu, no Rio de Janeiro, na terça-feira, 16. A informação foi divulgada com exclusividade pela coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles

A perícia ainda apontou que a causa da morte do idoso foi broncoaspiração e falência cardíaca. No entanto, os peritos ainda aguardam o exame toxicológico para ter certeza de que os sintomas não foram causados por envenenamento.

O laudo diz que Paulo era "previamente doente, com necessidades de cuidados especiais", porém, que "aguarda exames toxicológicos para determinar se houve fator externo contribuinte para a morte com drogas".

Foto: Reprodução

Os peritos colheram uma amostra sanguínea do estômago do falecido para realizar o exame toxicológico. Foi apresentado a eles o registro médico do atendimento de Paulo em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), durante o período de 8 a 15 de abril, onde constava diagnóstico de pneumonia e taquicardia. Conforme o documento, o idoso necessitava de oxigênio e enfrentava dificuldades para deglutir.

"Tais dados corroboram o achado de necroscópico de desnutrição e broncoaspiração. A cardiopatia prévia encontrada também favoreceu ao evento morte", diz o laudo.

Mulher esteve um dia antes com idoso em shopping

Um dia antes de Érika de Souza Vieira Nunes, de 42 anos, levar Paulo em uma cadeira de rodas até a agência bancária, ela esteve com o homem no Shopping Real, também em Bangu. Um segurança do local, que preferiu não se identificar, contou que ele chamou a atenção da mulher ao perceber que o pé do idoso estava arrastando no chão e ela pareceu não se importar.

Segundo o funcionário, ao chegar ao shopping em um carro de aplicativo, ela pediu uma cadeira de rodas.

"Fiquei esperando ela até quase a hora do shopping fechar, porque ela tinha que entregar a cadeira. Quando falei com ela ainda alertei do pé dele, ele estava torto e com o pé arrastando no chão, a meia dele já chegava estar rasgada. Ela me respondeu que ele era assim mesmo, que não tinha problema se estivesse machucando. Ajudei ainda a colocar ele de volta no carro de aplicativo, que ela chamou", disse o homem ao O Globo.

Érika voltou ao shopping no dia seguinte, na terça-feira, 16, e foi ao espaço onde as cadeiras de roda ficam disponíveis e pegou o equipamento novamente, sem pedir ajuda dessa vez.

"A cadeira que ela pegou ontem [dia 16] sumiu e até agora não achamos. Ela foi pela rua chamando atenção das pessoas porque já foi arrastando ele torto, empurrando ele com o mesmo descaso que ela estava tratando ele na segunda-feira e sem carinho nenhum com o coitado do senhor", afirmou o segurança. 

Idoso levado morto ao banco foi visto vivo um dia antes do caso; veja vídeo:

Motorista de app diz que idoso estava vivo

O motorista de aplicativo que levou a mulher e o idoso até a agência bancária prestou depoimento à polícia na quarta-feira, 17. Ele relatou que o idoso estava vivo no trajeto e que 'chegou a segurar a porta do carro', segundo o Uol. 

Conforme o condutor do carro de aplicativo, o momento em que Paulo segurou na porta foi no desembarque do veículo, já no estacionamento de um shopping. Então, a mulher o colocou na cadeira de rodas e ele encerrou a corrida. De acordo com relato, ele deixou os dois no shopping do bairro porque o acesso de veículos é proibido na agência bancária.

O motorista também contou que a mulher teve ajuda de outro homem para colocar o idoso dentro do carro, antes de iniciar a viagem, pois ele não andava. As filhas da mulher também participaram da ação.

Relembre o caso

Érika foi presa em flagrante acusada de levar o cadáver de Paulo em uma cadeira de rodas a uma agência bancária e tentar sacar um empréstimo de R$ 17 mil no nome dele. O caso aconteceu na terça-feira, 16, em Bangu (RJ). A defesa dela alega, no entanto, que Paulo Roberto teria morrido dentro da agência.

O laudo do exame de necropsia que foi produzido pelo Instituto Médico Legal (IML) constatou que Paulo morreu por volta das 11h30 e 15h20 da terça-feira, por broncoaspiração do conteúdo estomacal e falência cardíaca. O perito que assinou o documento, porém, disse que não é possível confirmar se o idoso morreu antes, durante o trajeto ou quando já estava na agência bancária.

Em um vídeo gravado por uma funcionária do banco, é possível ver Érika segurando a cabeça de Paulo, que pendia para trás. Ela também tenta fazê-lo segurar uma caneta. Quem aponta que o idoso não estava bem é a atendente do estabelecimento. Pouco depois, a polícia foi acionada.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) esteve no local e constatou o óbito. A polícia foi acionada após funcionários da unidade estranharem a atitude da mulher.

Apesar da alegação da defesa da suspeita, um dos socorristas do Samu afirmou que o idoso estava morto havia pelo menos duas horas. Conforme o depoimento, o tempo que o idoso estava sem vida foi constatado devido os livores – manchas arroxeadas que correspondem às zonas de falta ou acúmulo de sangue – que seu corpo apresentava. Essas características costumam aparecer após esse período em que a pessoa já está morta. 

Além disso, uma das funcionárias do banco relatou às autoridades que achou o idoso muito debilitado, em um primeiro momento, mas, ao se aproximar, orientou que a assinatura fosse feita por ele igual à da carteira de identidade. Ela percebeu que ele estava pálido e sem sinais vitais quando ele não respondeu no momento em que deveria assinar o documento para liberar o empréstimo.

Fonte: Redação Terra
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