Rio: escolta armada garante trabalho de garis durante greve
Sindicato resolveu continuar com paralisação, mas decisão do TRT determinou que 75% das atividades sejam mantidas
Equipes de garis trabalham nesta sábado (14) na limpeza da cidade do Rio de Janeiro vigiados por seguranças de empresas privadas que fazem escolta armada, de carro, para os caminhões de lixo, por causa da greve da categoria, que tem assembléia hoje para discutir o movimento. Nesta manhã havia muito lixo pelas ruas do centro do Rio, em consequência da greve, iniciada à zero hora desta sexta-feira (13).
Na noite de ontem, foi decidido manter a greve por tempo indeterminado, mesmo depois que a vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RJ), desembargadora Ana Maria Soares de Moraes, determinou que, caso a paralisação continue, os garis terão que manter pelo menos 75% das atividades, sob pena de multa diária de R$ 100 mil a ser paga pelo Sindicato dos Empregados das Empresas de Asseio e Conservação do Município do Rio de Janeiro.
A determinação da desembargadora Ana Maria Soares de Moraes ocorreu após audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RJ), realizada à tarde, na qual não houve acordo entre os representantes do sindicato, da comissão de grevistas e da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb). Nova audiência de conciliação foi marcada para quarta-feira (18), na Seção Especializada em Dissídios Coletivos (Sedic) do TRT-RJ, na qual o sindicato deverá apresentar defesa no dissídio coletivo de greve, caso a paralisação seja mantida.
De acordo com a Comlurb, o plano de contingência está em ação desde a noite de ontem, “de forma a minimizar os impactos e transtornos à população”, com prioridade para a coleta de lixo domiciliar. “Além da contratação de empresas de limpeza terceirizadas, a Prefeitura também colocou à disposição da companhia carros, equipamentos e agentes de outros órgãos municipais”, informa.
Os trabalhadores da limpeza urbana rejeitaram a proposta de reajuste salarial de 3% feita pela Comlurb. Eles pedem aumento salarial equivalente ao índice da inflação, além de 40% de acréscimo no adicional de insalubridade e vale-alimentação de R$ 27 por dia. No ano passado, após oito dias parados, inclusive no Carnaval, o movimento conseguiu 44% de aumento salarial.