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Rio: grupo de manifestantes segue na Câmara após maioria deixar plenário

11 ago 2013 - 09h54
(atualizado às 09h55)
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Pelo menos 40 manifestantes deixaram a ocupação do plenário da Câmara Municipal do Rio de Janeiro durante a madrugada deste domingo, segundo a Polícia Militar, que mantém um cerco de vigilância ao local. Porém, pelo menos 12 pessoas permanecem no local, sem energia elétrica e com poucos alimentos.

Os manifestantes encheram a casa de cartazes e dormiram do jeito que conseguiram, sobre cadeiras ou mesmo no chão. Eles exigem a anulação da reunião que definiu Chiquinho Brasão e Professor Uoston (ambos do PMDB) como presidente e relator, respectivamente, da CPI dos Ônibus. Os dois vereadores nem sequer assinaram o requerimento da comissão parlamentar de inquérito feito por Eliomar Coelho (Psol).

Os ativistas se reuniram com o presidente da Câmara, Jorge Felippe (PMDB), no início da tarde de sábado e conseguiram que os vereadores, em plenário, façam outra reunião para deliberar sobre suas exigências. Dessa forma, o grupo acabou se dividindo entre os que acreditam ser importante ocupar a casa até a reunião e aqueles que preferem voltar apenas no horário do encontro.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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