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Rio tem praias lotadas e aglomeração no 2º dia do feriadão

Permanecer na areia está proibido desde março, mas banhistas vem desrespeitando a regra e muitos não usavam sequer máscara

6 set 2020 - 14h37
(atualizado às 14h46)
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No Rio de Janeiro, este domingo, 6, de sol e temperatura de 27°C ao meio-dia foi mais um dia de praias lotadas e desrespeito às regras de isolamento que ainda vigoram na cidade como forma de combater a covid-19. O Estadão circulou pela Barra da Tijuca, na zona oeste, e por Ipanema e Copacabana, na zona sul, e constatou que todas as praias estavam repletas de banhistas, como já havia acontecido no final de semana passado e no sábado, 5, primeiro dia do feriado prolongado.

Movimentação intensa de banhistas na praia da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro
Movimentação intensa de banhistas na praia da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro
Foto: Wilton Junior / Estadão

Permanecer na areia da praia está proibido desde março. A multa para quem desrespeitar a regra é de R$ 107, mas a reportagem não viu nenhuma fiscalização nem flagrou a aplicação de multas. Até sábado, 16.526 pessoas tinham morrido vítimas da covid-19 em todo o Estado do Rio, onde foram registrados 232.747 casos. Os dados são da secretaria estadual de Saúde.

Movimentação intensa de banhistas na praia da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro
Movimentação intensa de banhistas na praia da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro
Foto: Wilton Junior / Estadão

Em Copacabana, nem era preciso chegar à praia para concluir que ela estava lotada: durante a manhã, a porta da estação Cardeal Arcoverde do metrô despejava a cada cinco minutos pelo menos uma centena de banhistas munidos de caixas térmicas, guarda-sóis e cadeiras. Ao longo dos 45 minutos em que a reportagem acompanhou o movimento, das 11h30 às 12h15, aproximadamente a metade das pessoas usava máscara. Os camelôs que ocupavam as calçadas da rua Rodolfo Dantas ao longo dos 150 metros que separam a estação de metrô da areia comemoravam o movimento: "Passei quase seis meses sem vender nada, amigo. Preciso desse movimento pra garantir a sobrevivência", contou o ambulante Emerson Sanches, de 31 anos, que vende balas, amendoins e outras guloseimas a poucos metros da saída do metrô.

Movimentação intensa de banhistas na praia da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro
Movimentação intensa de banhistas na praia da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro
Foto: Wilton Junior / Estadão

"A gente depende desse movimento. Durante a semana o movimento não é ruim, mas a gente consegue ganhar dinheiro mesmo é no sábado, domingo e nesses feriados de sol e calor. Ainda bem que tudo voltou ao normal", disse a dona de um restaurante na rua Rodolfo Dantas. Naquele momento, oito das 11 mesas do estabelecimento comercial estavam ocupadas. Sobre a covid-19, a comerciante foi incisiva: "Não quero nem pensar nisso!"

Movimentação intensa de banhistas na praia da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro
Movimentação intensa de banhistas na praia da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro
Foto: Wilton Junior / Estadão

Em Ipanema, a praia estava até mais cheia que na semana passada. Nas areias, os ambulantes também aproveitavam a lotação deste domingo. Em 30 minutos na praia (das 10h45 às 11h15), a reportagem facilmente identificou vendedores de mate de galão, embora não tenha conseguido encontrar quem vendesse biscoitos de polvilho Globo, tradicional acompanhamento do mate. Os chuveirinhos voltaram a ser instalados pelos donos de barracas, causando fila de espera entre os banhistas.

O Estadão entrou em contato com a Prefeitura do Rio, para questionar o município sobre a falta de fiscalização nas praias, e aguarda um posicionamento.

Estadão
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