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RJ: atingido na testa, repórter grava mensagem ensanguentado

20 jun 2013 - 20h03
(atualizado às 20h18)
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Repórter gravou vídeo ensanguentado após ser atingido durante confrontos nos protestos no Rio de Janeiro
Repórter gravou vídeo ensanguentado após ser atingido durante confrontos nos protestos no Rio de Janeiro
Foto: GloboNews / Reprodução/GloboNews

Um repórter da GloboNews que cobria os protestos da noite desta quinta-feira no Rio de Janeiro, foi atingido enquanto cobria a nova jornada de protestos na capital carioca. Com a face ensanguentada e ainda com a máscara contra o gás de efeito moral pendurada ao pescoço, Pedro Vedova gravou uma mensagem transmitida pelo canal para mostrar a realidade dos confrontos com a polícia. “Os policiais começaram a atirar, atirar, atirar. Caí num momento e fui socorrido pelos seguranças. Daqui sigo para o hospital", disse o repórter num rápido vídeo reproduzido na televisão.

O Brasil vive nesse 20 de junho uma nova jornada de protestos. Já maior que o dia 17, quando algumas das maiores capitais do País tiveram dezenas de milhares de pessoas nas ruas, a noite de hoje registra protestos em dezenas de cidades de Norte a Sul. Inúmeros confrontos são registrados entre parcela dos manifestantes e a Polícia Militar. Até as 20h, não havia números oficiais sobre feridos.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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