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RJ: chefe da polícia pede 'reflexão' a quem declara apoio ao Black Bloc

Delegada Martha Rocha afirma que polícia trata grupo como uma organização criminosa disposta a atacar cidadãos e o patrimônio público

16 out 2013 - 17h21
(atualizado às 17h35)
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<p>Bandeira com inscrição "Núcleo Zona Norte" é, para a polícia, indício de que o Black Bloc é um grupo organizado</p>
Bandeira com inscrição "Núcleo Zona Norte" é, para a polícia, indício de que o Black Bloc é um grupo organizado
Foto: Marcus Vinícius Pinto / Terra

A delegada Martha Rocha, chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, criticou nesta quarta-feira quem declara apoio aos manifestantes ligados ao grupo Black Bloc. Apesar de não citar nomes, a delegada fez uma referência implícita ao Sindicato Estadual de Profissionais da Educação (Sepe), que agradeceu pelas manifestações do grupo, e ao músico Caetano Veloso, que recentemente posou para foto criticando a lei estadual que proíbe o uso de máscaras em manifestações públicas.

"Eu peço uma reflexão a quem empresta suas identidades para legitimar esses criminosos", afirmou Martha Rocha, ao apresentar farto material que teria sido apreendido com os manifestantes, incluindo facões, bombas de fabricação caseira, escudos improvisados e máscaras de proteção contra gás.

Entre os itens apreendidos com o grupo está uma bandeira com a inscrição "Núcleo Zona Norte", o que, segundo a delegada, faz cair por terra a alegação dos manifestantes de que não são um grupo organizado. "Olhamos esse grupo como um bando. Se há um Núcleo Zona Norte, é porque há outros núcleos. E ninguém vai a uma manifestação com azulejos, com estilingues, com pedras, com verdadeiras armas para atacar policiais e depredar o patrimônio público", criticou a delegada.

"Esse tipo de gente não sai de casa para fazer manifestação, e sim para praticar delitos", disse Martha Rocha, ao reclamar das críticas sofridas pela polícia na repressão aos protestos. "Ninguém aguenta mais essa situação dessas manifestações sempre terminarem em violência."

De acordo com balanço divulgado pela delegada, 64 pessoas foram presas e 20 adolescentes apreendidos em flagrante durante os protestos da noite de terça-feira, no centro do Rio, durante ato para marcar o Dia dos Professores. Desse total, 27 foram autuadas com base na nova Lei do Crime Organizado, por crimes como dano ao patrimônio público, formação de quadrilha, roubo e incêndio. Os delitos são inafiançáveis.

A Polícia Civil autuou ainda 43 pessoas no crime de formação de quadrilha, que, de acordo com a alteração da legislação, se enquadram na Lei do Crime Organizado. Ao todo, 190 pessoas foram conduzidas para oito delegacias da capital, sendo 57 adolescentes, sendo o maior número de detenções desde o início das manifestações no Rio, segundo Martha Rocha.

A delegada disse ter se surpreendido com o "grande número" de pessoas naturais de outros Estados entre os 190 detidos, como São Paulo, Rondônia, Espírito Santo e Brasília, mas não soube precisar se são residentes na capital fluminense ou se vieram só para participar do protesto. "Não sei se está havendo uma 'importação' de manifestantes", disse Martha Rocha.

Sobre o manifestante baleado durante o protesto, a chefe da Polícia Civil afirmou já ter tido acesso a imagens que mostram pessoas disparando armas de fogo contra manifestantes, e que a polícia investiga se os agressores seriam policiais. De acordo com Martha Rocha, a Polícia Civil pode instaurar procedimentos para apurar eventuais abusos de autoridade.

Veja a relação dos presos em flagrante

Levados à 5ª DP (Mem de Sá):

JAIR SEIXAS RODRIGUES (BAIANO) - Quadrilha ou bando

WALLACE VIEIRA GONÇALVES - Tentativa de furto

SERGIO HENRIQUE DE SOUZA LOPES - Tentativa de furto

Levados à 12ª DP (Copacabana):

VICTOR GONÇALVES RIBEIRO DE SOUZA - Incêndio

DANIELA SOLEDAD DOS SANTOS BARBOSA - Incêndio

OMAR AMARAL FONTENELLE - Formação de quadrilha ou bando e corrupção de menores

WANESSA GUGLIEMI ROJAS - Formação de quadrilha ou bando e corrupção de menores

BRUNO PHELIPPE DOS SANTOS MIRANDA - Formação de quadrilha ou bando e corrupção de menores

MAIS 2 ADOLESCENTES

Levados à 17ª (São Cristóvão):

DOUGLAS SILVA PONTES - Formação de quadrilha ou bando

MATHEUS DA SILVA PONTES - Formação de quadrilha ou bando

MAIS 1 ADOLESCENTE

Levados à 19ª DP (Tijuca):

YAGO MIGLINONICO ALBANO SANTANA - Lesão corporal /Formação de quadrilha ou bando/ Corrupção de menores

MARCELO ESTEVÃO SÁ CARDOSO - Lesão corporal / Formação de quadrilha ou bando / Corrupção de menores

MAIS 3 ADOLESCENTES

Levados à 25ª DP (Engenho Novo):

FELIPE MACHADO FILGUEIRAS - Formação de quadrilha ou bando

ERNESTO FUENTES BRITO - Formação de quadrilha ou bando

RENATO TOMAZ DE AQUINO - Formação de quadrilha ou bando

ROBSON CORRÊA DOS SANTOS JUNIOR - Formação de quadrilha ou bando

VINICIUS CLEMENTE BAHIA - Formação de quadrilha ou bando

PATRICK LISBOA DE OLIVEIRA - Formação de quadrilha ou bando

BRUNO RIAN DELPHINO - Formação de quadrilha ou bando

FERNANDO ALEXANDER DA SILVA REIS LIMA - Formação de quadrilha ou bando

HENRIQUE COSTA PIRES - Formação de quadrilha ou bando

ELISA DE QUADROS PINTO SANZI (SININHO) - Formação de quadrilha ou bando

CLEITON FELIX DA SILVA - Formação de quadrilha ou bando

ALESSANDRO MOREIRA DE SOUZA - Formação de quadrilha ou bando

LEONARDO DE LIMA VIEIRA - Formação de quadrilha ou bando

BRUNO CAMPOS NUNES - Formação de quadrilha ou bando

RODRIGO CAMPOS CASTELLO BRANCO - Formação de quadrilha ou bando

GUSTAVO HENRIQUE DOPCKE - Formação de quadrilha ou bando

WILLIAN AUGUSTO DOS SANTOS CAMPOS - Formação de quadrilha ou bando

ADRIANO GOMES DA SILVA - Formação de quadrilha ou bando

KLEBER DE OLIVEIRA MIRANDA JUNIOR - Formação de quadrilha ou bando

IGOR CAVALCANTE MEDINA - Formação de quadrilha ou bando

JONATHAN WERDAM PIMENTA - Formação de quadrilha ou bando

TALES FABRICIO AGNES PEREIRA - Formação de quadrilha ou bando

RODRIGO PACHECO DOS SANTOS FELISBERTO - Formação de quadrilha ou bando

DENYS MENEZES SILVEIRA JACAUNA - Formação de quadrilha ou bando

RAPHAEL DE OLIVEIRA VARELA - Formação de quadrilha ou bando

THIAGO MARTINS DA SILVA - Formação de quadrilha ou bando

WALLACE PEREIRA DE SOUSA - Formação de quadrilha ou bando

FELIPPE COUTO LOURINHO MASSAL - Formação de quadrilha ou bando

PHILLIPE FRANCA DE LIMA - Formação de quadrilha ou bando

CIRO BRITO OITICICA - Formação de quadrilha ou bando

WALLACE PEREIRA DA SILVA - Formação de quadrilha ou bando

EDNEI DA SILVA COELHO - Formação de quadrilha ou bando

MAIS 7 ADOLESCENTES

Passeata dos professores tem confronto entre PM e Black Blocs:

Levados à 37ª DP (Ilha do Governador):

RAPHAEL DA CUNHA LIMA - Dano ao patrimônio público, roubo, incêndio e formação de quadrilha ou bando

FRANCISCO WELLINGTON LIMA PEREIRA - Dano ao patrimônio público, roubo, incêndio e formação de quadrilha ou bando

ADELSON LUIS FERREIRA DA SILVA - Dano ao patrimônio público, roubo, incêndio e formação de quadrilha ou bando

RUY RIBEIRO BARROS - Dano ao patrimônio público, roubo, incêndio e formação de quadrilha ou bando

ABADIAS VITORIANO GUAJAJARA - Dano ao patrimônio público, roubo, incêndio e formação de quadrilha ou bando

LUIS HENRIQUE DA SILVA RODRIGUES - Dano ao patrimônio público, roubo, incêndio e formação de quadrilha ou bando

DIEGO LUCENA TAVORA - Dano ao patrimônio público, roubo, incêndio e formação de quadrilha ou bando

CLEITON JOSÉ TOMAS ALVES - Dano ao patrimônio público, roubo, incêndio e formação de quadrilha ou bando

HELCIO RAMOS MORAIS - Dano ao patrimônio público, roubo, incêndio e formação de quadrilha ou bando

BERNARDO MAGALHÃES LOPES DE SOUZA - Dano ao patrimônio público, roubo, incêndio e formação de quadrilha ou bando

JIVAGO BARROS NOVAES - Dano ao patrimônio público, roubo, incêndio e formação de quadrilha ou bando

CLAUDEVAN ALVES DOS SANTOS - Dano ao patrimônio público, roubo, incêndio e formação de quadrilha ou bando

ALLAN MANUEL MOUTEIRA - Dano ao patrimônio público, roubo, incêndio e formação de quadrilha ou bando

LUAM GODINHO COSTA - Dano ao patrimônio público, roubo, incêndio e formação de quadrilha ou bando

PAULO ROBERTO DE ABREU BRUNO - Dano ao patrimônio público, roubo, incêndio e formação de quadrilha ou bando

PEDRO ASSIS COSTA MARTINS - Dano ao patrimônio público, roubo, incêndio e formação de quadrilha ou bando

GERD AUGUTO CASTELLOES DUDENHOEFFER - Dano ao patrimônio público, roubo, incêndio e formação de quadrilha ou bando

LUCAS PESTANA RABAY - Dano ao patrimônio público, roubo, incêndio e formação de quadrilha ou bando

BRUNO VINICIUS SILVA DOS SANTOS - Dano ao patrimônio público, roubo, incêndio e formação de quadrilha ou bando

MARCIO LOPES DA ROCHA - Dano ao patrimônio público, roubo, incêndio e formação de quadrilha ou bando

MAIS 7 ADOLESCENTES

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus. A mobilização surtiu efeito e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas – o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritiba,

SalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. "Essas vozes precisam ser ouvidas", disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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