RJ: contra 'manipulação', manifestantes levam câmeras para registro próprio
Microcâmeras engrossam lista de objetos que fazem parte do "kit manifestante"; protesto contra tarifa de ônibus ocorre no centro do Rio
Além do vinagre e de objetos como máscaras e óculos de natação - que protegem contra gases de pimenta e lacrimogêneo -, as microcâmeras também engrossam o "kit manifestante", no protesto que acontece no Rio de Janeiro nesta segunda-feira (17).
Acopladas na cabeça ou em cabos de vassoura, elas servem, de acordo com manifestantes, para registrar tudo que acontece, "como ferramenta contra a manipulação das grandes corporações".
"Temos que ter nossa própria versão dos fatos", afirmou a estudante Júlia Jacobina, 25 anos, que estava com um modelo da câmera Go Pro. "Aqui na minha testa fica complicado para alguém tirar de mim", completou.
Nos últimos protestos, ativistas da causa contra o aumento das passagens do transporte público em todo o País reclamaram nas redes sociais que, no Rio de Janeiro, policiais tomaram das mãos dos estudantes os aparelhos celulares que eles usavam para registrar a manifestação pela região central da capital fluminense.
"Temos que mostrar para as pessoas o que realmente ocorre, hoje todo mundo tem acesso à internet e podemos ter nossa versão independente", argumentou o também estudante Rhideto Okumura, 22 anos, com a câmera posicionada na ponta de uma haste montada com um cabo de vassoura. "Farei o meu próprio registro, ninguém vai tomar de mim essa aqui", continuou.
Diversos manifestantes registram o ato com aparelhos semelhantes ou mesmo com o celular. A avenida Presidente Vargas já se encontra interditada em ambos os sentidos. "Vem pra rua, vem, contra o aumento", gritam, enquanto se posicionam para entrar na avenida Rio Branco, em direção à Cinelândia e, posteriormente, à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).