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RJ: ex-moradores de ocupação rejeitam proposta da prefeitura

Famílias farão protesto nesta segunda-feira, às 8h, em frente à sede do Executivo

13 abr 2014 - 18h29
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As famílias que foram expulsas do terreno da Oi acampam em frente à prefeitura do Rio
Foto: Daniel Ramalho / Terra

Centenas de ex-moradores da ocupação do prédio da Oi passaram o dia em frente à prefeitura do Rio, na Cidade Nova, no centro da capital. Pela manhã, um grupo de representantes foi recebido pelos secretários municipais de Assistência Social, Adilson Pires, e de Habitação, Pierre Batista. Várias pessoas acampam no local desde sexta-feira, depois de terem sido retiradas por ação policial da ocupação, no Engenho Novo, que chegou a reunir 5 mil pessoas em 11 dias. Os moradores rejeitaram a proposta da prefeitura e marcaram um ato para amanhã, às 8h, em frente ao prédio do Executivo.

A prefeitura ofereceu o quartel da Guarda Municipal, em São Cristóvão, na zona norte, como centro para o cadastramento das famílias. Porém, o grupo de ex-moradores da ocupação questiona a necessidade de sair do local onde estão acampados para fazer o cadastro. Também pedem medidas mais efetivas.

Integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Simões explica que a ocupação do prédio da Oi não foi organizada pelo movimento, mas o MTST está apoiando a luta. "A ocupação era formada por várias comunidades do entorno. Cada comunidade tem uma liderança, e essas lideranças estavam fazendo uma lista de presença interna das comunidades na ocupação. As pessoas estão cobrando essa lista, para que haja prioridade no caso de alguma proposta da prefeitura", explicou.

Uma dessas lideranças é representada por Maria José Silva, que faz parte do grupo Dez Mulheres Organizadas, que, mesmo não morando na ocupação, ajudou na organização no prédio da Oi. De acordo com ela, o simples cadastro não resolve o problema de moradia das pessoas e muitas delas já são cadastradas em programas sociais da prefeitura.

"Eles (prefeitura), a princípio, ofereceram para as pessoas irem para São Cristóvão, para se alimentarem, tomar um refresquinho, usar o banheiro e fazer um cadastro. Só que as pessoas não aceitaram, porque estão desenganadas com esse cadastro. Faz o cadastro e continua no descaso, são esquecidas", observou.

Ela lembra que muitas famílias investiram tudo o que tinham na ocupação e não conseguiram retirar seus pertences do prédio.

"As pessoas ficaram duas semanas morando, gastaram dinheiro para comprar madeirite para construir as suas casinhas, perderam tudo e agora não é apenas uma resolução tão calma, fazer um cadastro, que vai resolver. As pessoas estão desestabilizadas com o que aconteceu na sexta-feira, tem gente dormindo lá na porta, querendo só poder entrar para pegar as suas coisas. Muitos largaram o aluguel e, como foi passando os dias, foi dando esperança, foi chegando mais gente, não chegou nenhum órgão público para dar solução para o povo e fizeram o que fizeram (a reintegração de posse com uso de força policial)", explicou.

Na tarde de hoje, quatro vans da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS) estavam em frente ao prédio da prefeitura. Ninguém quis gravar entrevista, mas os assistentes sociais explicaram que estavam ali apenas para oferecer abrigamento e dar orientações sobre retirada de segunda via de documentos. Quem quisesse fazer cadastro junto à prefeitura deveria se dirigir a São Cristóvão. Alguns grupos de ex-moradores da ocupação estavam organizando cadastros por conta própria. Doações de alimentos e lona foram entregues no local.

A SMDS marcou uma reunião com representantes para terça-feira, ainda sem hora e local definidos.

Agência Brasil Agência Brasil
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