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RJ: Justiça ordena proteção a garis que voltarem ao trabalho

5 mar 2014 - 12h46
(atualizado às 12h50)
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<p>Os garis da Comlurb reivindicam aumento do piso salarial, hoje de R$ 803, para R$ 1,2 mil</p>
Os garis da Comlurb reivindicam aumento do piso salarial, hoje de R$ 803, para R$ 1,2 mil
Foto: Mauro Pimentel / Terra

A Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro emitiu um mandado de intimação para garantir a segurança dos garis que quiserem voltar ao trabalho durante a greve anunciada pela categoria. O documento determina que um Oficial de Justiça faça diligências nas gerências de operação da Companhia de Lixo Urbano (Comlurb) para garantir o acesso e a segurança dos trabalhadores e, se preciso for, acompanhado de força policial. 

Segundo a Comlurb, a decisão da Justiça baseia-se nos casos de agressões relatados por profissionais. O mandato ainda dobra a multa diária de R$ 25 mil para R$ 50 mil que o Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação do Município do Rio de Janeiro terá que pagar em caso de não retorno ao trabalho. No sábado, a desembargadora Rosana Salim Villela Travesedo já havia pedido a suspensão da greve e determinado o retorno imediato dos empregados aos postos de trabalho.

Os garis em greve não aceitam o comando do sindicato, que negocia aumento salarial para a categoria. A Comlurb oferece 9% de reajuste o que elevaria o salário dos garis para R$ 849,79, enquanto os Garis pedem 49% de reajuste, para que o mínimo chegue a R$ 1.680.

Protesto

Garis que estão em greve por melhores condições de trabalho farão um ato hoje em frente à sede da Comlurb, na zona norte do Rio. O ato está previsto para começar por volta do meio-dia. Os manifestantes pretendem ser recebidos pela presidência da Comlurb, para reivindicar a permanência dos 300 garis que foram demitidos.

A greve dos garis começou no sábado, provocando um acúmulo de lixo durante o Carnaval. Hoje, o problema continua em várias partes da cidade, inclusive no centro, onde o lixo deixado por foliões e ambulantes ocupa as calçadas e os cantos de algumas avenidas. Em bairros onde houve grande concentração de foliões, como Ipanema, a Glória e a Lapa, o mau cheiro e os resíduos deixados continuam.

A Comlurb firmou acordo com o Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação do Município do Rio que eleva o piso salarial em 9%, para R$ 874,79. Como têm direito ao adicional de insalubridade, a remuneração dos garis chega a R$ 1.224,70. Os grevistas, no entanto, discordam desse valor e pedem um piso de cerca de R$ 1,2 mil.

O grupo contrário ao acordo diz que a assinatura ocorreu sem consulta à categoria. Dez representantes dos grevistas participaram da reunião em que o acordo foi assinado, mas, segundo eles, a proposta foi recusada quando levada aos manifestantes que aguardavam do lado de fora e isso não foi levado em conta.  Diante da continuidade da greve, a Comlurb anunciou então a demissão de 300 garis que não começaram a trabalhar às 19h de segunda.

O acordo assinado estipula mais 1,68% no Plano de Cargos, Carreiras e Salários, com progressão horizontal, bônus de 100% na hora extra para quem trabalhar aos domingos e feriados, mantendo o direito à folga, como já é previsto em lei; plano odontológico, ampliação do prêmio do seguro de vida de R$ 6,3 mil para R$ 10 mil, aumento do vale-alimentação de R$ 12 para R$ 16, auxílio-creche para ambos os sexos e acordo de resultados, possibilitando o 14º e 15º salários.

Demissões

A Comlurb iniciou na manhã de ontem o processo de demissão de 300 funcionários que não compareceram ao trabalho para o turno das 19h de segunda. De acordo com a companhia, a demissão está prevista na Cláusula 65 do acordo firmado entre a companhia e o Sindicato dos Empregados das Empresas de Asseio e Conservação do Município do Rio de Janeiro. Quem voltou ao trabalho, terá os dias parados abonados.

“Alguns dos demitidos são do comando de greve. Enquanto eles não readmitirem os 310 demitidos não vamos voltar a negociar”, disse Maria Paes, uma das líderes grevistas, que conversou com o Terra por telefone.

A preocupação agora é com as chuvas que, de acordo com a previsão do tempo, vão chegar na cidade a partir desta quinta-feira e que podem deixar o cenário ainda pior. O prefeito Eduardo Paes, que esteve no sambódromo nos quatro dias de carnaval, evitou falar com a imprensa e não comentou a greve. A partir das 12h quando o comércio reabre as portas após o carnaval, a situação pode piorar. 

Fonte: Terra
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