RJ: mãe chora em reconstituição de morte de menino no Alemão
Casos do menino Eduardo, Elizabeth Moura e capitão Uanderson Gomes passam por reconstituição nesta sexta-feira
A Polícia Civil iniciou por volta das 12h desta sexta-feira a reconstituição de três crimes recentes no Morro do Alemão, Rio de Janeiro. Os oficiais irão remontar a cena do assassinato do menino Eduardo de Jesus, de Elizabeth Moura e do capitão da UPP Uanderson Gomes. “Viemos aqui em busca da verdade. Não vamos passar a mão na cabeça de ninguém”, disse Rivaldo Barbosa, titular da delegacia de Homicídios.
A mãe de Eduardo, Terezinha Maria de Jesus, participa da simulação e se emocionou bastante e chegou a chorar ao lembrar os últimos momentos do filho. Outros familiares do menino Eduardo já estão próximos do local. É a primeira vez que reencontram com os dois policiais que admitiram ter participado da ação que acabou com a morte do menino.
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Na reconstituição, a irmã do garoto, Patrícia Ferreira de Jesus, 17 anos, relatou os momentos em que encontrou o irmão morto. Terezinha contou que a filha chegava do trabalho, e o garoto ao ouvir sua voz, saiu de casa e ficou na porta brincando. Os policiais alegam que houve confronto durante a morte do garoto, a mãe do menino nega. Ela informou ainda que foi ameaçado pelo policial que atirou em seu filho.
A vizinha Joselene Alves afirmou que no dia da morte de Eduardo ouviu apenas um tiro. "Esculacharam um menino de 10 anos. Sou mãe de duas meninas e não posso ver a dor de outra mãe", disse
Um porta voz da Polícia Militar que acompanha as investigações e a reconstituição dos três casos no Alemão afirmou que a polícia pode levar mais de 10 horas para encerrar os trabalhos. "Estão refazendo cenários, ouvindo as testemunhas e fazendo perícias ", disse o coronel Marcelo Corante. A primeira parte dos trabalhos durou duas horas e já terminou.
A corregedoria da Polícia Militar apoia a operação. “Vamos colaborar para que a justiça seja feita”, disse o corregedor Victor Yunes. O Ministério Público por meio do promotor Homero de Freitas e a Defensoria Pública também estão no caso.
No local, estão 120 policiais da Coordenadora de Recursos Especiais da Polícia Civil, 8 delegados, 10 peritos, além de policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora do Alemão. "O grande número de policiais não é pela violência, mas pelo tamanho da operação”, afirmou Barbosa, que não usa colete à prova de balas.
As três reconstituições são realizadas ao mesmo tempo, com a participação de 22 policiais envolvidos nos crimes.
Os pais de Eduardo foram recebidos na noite de quarta-feira no Palácio Guanabara pelo governador Luiz Fernando Pezão e os parentes de Elizabeth, morta um dia antes de Eduardo também no Complexo do Alemão." Foi um encontro muito triste. Lamento profundamente a dor das famílias. Sei que qualquer quantia não vai reparar a perda, o dano, aliviar a dor, o sofrimento dos pais, filhos e marido, mas a indenização é o mínimo que o Estado pode fazer para ajudar as famílias a reconstruírem suas vidas" disse Pezão, que assumiu as despesas da família Eduardo enquanto permanecerem na cidade.
Colaborou: Yala Sena - especial para o Terra