RJ: missa lembra 1 ano do desabamento do Edifício Liberdade
Parentes e amigos das vítimas do desabamento do edifício Liberdade celebraram na manhã desta sexta-feira uma missa em homenagem aos 17 mortos e cinco desaparecidos na tragédia. Há exatamente um ano, o prédio na rua 13 de maio, no centro do Rio de Janeiro, desabou levando junto outros dois edifícios anexos, transformando a região central carioca numa grande nuvem de fumaça e poeira. O nome de cada uma das vítimas foi lido antes da homenagem religiosa.
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"Só eu sei como estou levando a vida", conta Marinez Lacerda Mussi, esposa de Omar Mussi, professor da empresa TO (Tecnologia Organizacional) que dava aula no dia em que os pavimentos vieram ao chão. "É algo muito doloroso, difícil de ficar relembrando", diz ainda, apontando para a faixa com a foto do marido. "Essa foto ele tirou na formatura da minha filha, olha como ele estava feliz", relembrou.
Nem todos os parentes falaram com os jornalistas, muitos deles emocionados e sem condições de gravar entrevista. A missa aconteceu na igreja São José, no centro do Rio, ao lado da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Após o ato, os familiares e amigos dos mortos no desabamento vão, juntos, caminhar até o local da tragédia para fazer uma oração e colocar flor em homenagem aos que perderam a vida no desabamento.
"Estamos todos unidos para não deixar essa situação em branco, estaremos mobilizados hoje nesta homenagem, e também para cobrar as autoridades sobre os culpados", disse Antônio Molinaro, presidente da Associação das Vítimas 13 de Maio, que tinha um consultório dentário no edifício Liberdade, mas conseguiu se salvar. "Perdi tudo o que eu tinha, mas tenho a vida, dinheiro a gente recupera", afirmou.
Os desabamentos
Três prédios desabaram no centro do Rio de Janeiro por volta das 20h30min de 25 de janeiro de 2012. Um deles tinha 20 andares e ficava situado na avenida Treze de Maio; outro tinha 10 andares e ficava na rua Manuel de Carvalho; e o terceiro, também na Manuel de Carvalho, era uma construção de quatro andares. Segundo a Defesa Civil do município, 22 pessoas morreram.
Segundo o engenheiro civil Antônio Eulálio, do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), havia obras irregulares no edifício de 20 andares. Na época, o especialista afirmou que o prédio teria caído de cima para abaixo e acabou levando os outros dois ao lado. De acordo com ele, todas as possibilidades para a tragédia apontam para problemas estruturais nesse prédio.
Na época da tragédia, a prefeitura do Rio de Janeiro interditou várias ruas da região. O governo do Estado decretou luto. No metrô, as estações Cinelândia, Carioca, Uruguaiana e Presidente Vargas foram interditadas na noite dos desabamentos, mas foram liberadas após inspeção e funcionam normalmente.
Veja como era o local no centro do Rio antes do desabamento dos prédios: