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RJ: moradora diz que 2 crianças morreram em reintegração

Segundo Michele Renata da Silva, 26 anos, uma criança de 3 anos e outra de 1 ano e seis meses foram asfixiadas com a fumaça dos incêndios que ocorrem no local

11 abr 2014 - 09h49
(atualizado às 10h36)
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Reintegração de posse no Rio de Janeiro é marcada por confronto e incêndios
Reintegração de posse no Rio de Janeiro é marcada por confronto e incêndios
Foto: Ale Silva / Futura Press

Uma moradora do terreno que pertence à empresa Oi, no Engenho Novo, na zona Norte do Rio de Janeiro, e que está sendo desocupado nesta sexta-feira, afirma que duas crianças foram mortas durante a reintegração. Segundo Michele Renata da Silva, 26 anos, uma criança de 3 anos e outra de 1 ano e seis meses foram asfixiadas com a fumaça dos incêndios que ocorrem no local. 

“Elas estavam no barraco ao lado do meu, eu vi os corpos”, afirma a moradora. Segundo a GloboNews, no entanto, a Polícia Militar nega que haja crianças mortas.

Michele, que tem quatro filhos, também relatou que a desocupação está sendo marcada pela violência e pelo abuso da polícia, que está com cerca de 1,6 mil homens no local. “Estão fazendo um verdadeiro massacre lá dentro, é por isso que vocês (imprensa) não estão conseguindo entrar, porque eles não querem que vocês vejam o que eles estão fazendo la dentro.”

“Não foi nada de pacíficio, estão metendo bala (de borracha) em todo mundo, meu filho de 10 meses está todo inchado por causa do spray de pimenta”, disse a moradora, afirmando ainda que há muitos idosos feridos por bala de borracha. Segundo ela, as famílias estão sendo “enfileiradas como se fossem presidiários”.

“Na hora que iniciou a negociação, logo cedo, prometeram que ia ter oficiais de Justiça, mas, por enquanto, nada, está tudo à base da pancadaria pura”, disse. Michele, que antes de vir para a ocupação morava embaixo de um viaduto em Triagem, também na zona norte, diz que agora não tem para onde ir com os filhos. A moradora relata que usou cerca de R$ 200 que havia guardado para comprar os madeirites para fazer o barraco, e agora não tem como se sustentar.

Policiais estão, desde a madrugada desta sexta-feira, atuando na reintegração de posse do local. A ação começou por volta das 4h45 e cerca de 40 oficiais de Justiça trabalham no local. Por volta das 6h30, a população que mora no local ofereceu resistência e entrou em confronto com a tropa de Choque da Polícia Militar.Bombas de efeito moral estão sendo usadas e o clima é de tensão. O prédio que existe no local, um carro da polícia e um ônibus foram incendiados durante a desocupação.   

Segundo o Corpo de Bombeiros, viaturas de sete quartéis participam da operação no local. Por volta das 9h30, a corporação confirmou a informação de que um menino de 9 anos havia sido atendido e liberado no local por inalação de fumaça. Uma criança de seis meses também foi socorrida para a UPA do Engenho Novo.

Às 10h, a Secretaria Municipal de Saúde informou que algumas pessoas foram encaminhadas com ferimentos leves ao hospital Salgado Filho, mas não soube confirmar o número de vítimas. De acordo com assessoria, entre elas estavam moradores que inalaram fumaça e policiais que foram atingidos por pedras.

Fonte: Terra
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