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RJ: moradores da Zona Oeste são obrigados a pagar taxas para milicianos e traficantes

Em Rio das Pedras, existe até a “inflação da bandidagem”, que surgiu com o desespero das milícias em relação a perda de território

19 mar 2024 - 10h39
(atualizado às 10h54)
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Rio das Pedras, no Rio de Janeiro (RJ)
Rio das Pedras, no Rio de Janeiro (RJ)
Foto: Youtube Canal Publishow PS / Flipar

A população da Zona Oeste do Rio de Janeiro convive com a violência extrema, devido aos confrontos entre milicianos e traficantes, uma disputa por território que se estende há pelo menos dois anos. De acordo com um levantamento feito pelo RJ2, da TV Globo Rio, ao menos 14 comunidades que eram dominadas pela milícia foram tomadas pelo Comando Vermelho. 

Com isso, os moradores se veem obrigados a pagar taxas para ambos os lados e ao mesmo tempo. O “imposto” vem com a falsa promessa de segurança, pois as comunidades seguem presenciando violências.

"É absurdo a exploração que já existia e agora triplicou, porque o povo está tendo que pagar dos dois lados. Na Muzema, é tráfico e milícia. Tem que pagar para o traficante, tem que pagar para a milícia. Sobra o que para ele? Continua a mesma coisa, a milícia continua cobrando, continua cobrando dos comerciantes, dos provedores", comentou um morador que não teve a identidade revelada pela reportagem. 

Conforme a emissora, em Rio das Pedras, existe até a “inflação da bandidagem”, que surgiu com o desespero das milícias em relação a perda de território. A comunidade seria o último reduto dos milicianos na Zona Norte do Rio. 

"O Gardênia é tráfico, de Muzema em diante é tráfico, só o Rio das Pedras que não. Se não bastasse a sacanagem que já se faz, que a milícia faz com o morador que é tomar, tomar, tomar, e numa falsa segurança que tá sendo provada que não existe e nunca existiu, o tráfico também está vindo, numa vertente muito pior”, completa o morador. 

Segundo ele, o Estado é omisso, e faz somente ações paliativas para combater o crime organizado, com poucas operações. “É incrível ver a ineficiência da polícia", ressalta. 

Milícia

A milícia dominava as comunidades da Zona Norte, mas nos últimos anos, foi perdendo território. Pelo menos 14 localidades são comandadas hoje por traficantes:

• Teixeiras

• Santa Maria

• Urucuia

• Chácara

• Chacrinha

• Jordão

• Renascer

• Quititim 

• Barão

• Bateau Mouche

• Covanca

• Tirol

• Quitite

• Araticum

• Muzema

Conforme aponta a reportagem, a invasão mais recente ocorreu em Muzema, após meses de guerra entre os dois lados. Também há outras regiões onde há guerra entre tráfico e a milícia. Tiroteios são frequentes na Gardênia Azul; César Maia, em Vargem Pequena; e Colônia, na Taquara. 

Ordem de dentro da cadeia

A emissora mostrou também que houve mais um assassinato em Rio das Pedras, na madrugada do último domingo, 17. Segundo fontes da TV, a ordem de matar um homem partiu de Tailon de Alcântara Pereira Barbosa, um dos chefes da milícia de Rio das Pedras. 

Inclusive, um dos médicos mortos em um quiosque na Barra da Tijuca, em outubro de 2023, teria sido confundido com ele por traficantes do Comando Vermelho. Talison foi preso pela Polícia Federal  dias depois da execução dos três médicos. 

Uma das hipóteses apuradas é a de que o alvo dos criminosos seria um filho de um miliciano da região de Jacarepaguá, que se parece com o médico Perseu Ribeiro Almeida
Uma das hipóteses apuradas é a de que o alvo dos criminosos seria um filho de um miliciano da região de Jacarepaguá, que se parece com o médico Perseu Ribeiro Almeida
Foto: Reprodução/TV Globo

Ele ficou incomunicável por três meses, quando esteve em Bangu 1, mas foi transferido para a Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza, de onde voltou a comandar a milícia de Rio das Pedras. O pai dele também é suspeito de chefiar as milícias, e foi preso no mesmo dia.  

Em nota à TV Globo, a Polícia Civil informou que investigações estão em andamento para identificar e prender os criminosos da região norte, e que operações são feitas para descapitalizar e enfraquecer os grupos criminosos, além de apreender armas.

Por sua vez, a Polícia Militar afirmou que o Batalhão de Jacarepaguá faz operações frequentes na região e que conta com roteiros de rondas para evitar crimes na área.

Fonte: Redação Terra
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