O comandante da polícia militar do Rio de Janeiro, Luis Castro, negou o uso de violência por parte da tropa de choque na desocupação dos professores da Câmara de Vereadores na noite de sábado. "Em momento algum usamos gás de pimenta ou lacrimogêneo dentro da Câmara" afirmou, admitindo, por outro lado, o uso de força do lado de fora.
"Quiseram dificultar o trabalho da polícia e tivemos que ser mais enérgicos", disse durante a inauguração da Cidade da Polícia, na manhã deste domingo, no Rio. Castro negou também o uso de balas de borracha. "Desde o dia 3 de setembro não utilizamos mais balas de borracha", garantiu.
Na ausência do prefeito Eduardo Paes na cerimônia, apesar de estar na lista de convidados, coube ao governador Sérgio Cabral fazer uma análise da greve dos professores, que segue tanto no Estado quanto no município.
Cabral, contudo, não quis opinar sobre a ação da polícia. "Não vi as imagens e não posso dar opinião se houve ou não truculência", declarou, criticando a ocupação do plenário da casa por parte dos professores.
"Como ex-chefe do poder legislativo, a participação da população deve se dar sempre dentro das normas de direitos e deveres", disse. Para Cabral, ocupar uma casa como a Câmara dos Vereadores não é a melhor forma de dialogar e ganhar qualquer tipo de debate.
Os professores da rede municipal que ainda estão na frente da Câmara dos Vereadores fizeram novo protesto na manhã deste domingo. Já os professores da rede estadual prometem para a próxima terça-feira uma grande passeata.
A concentração está marcada para as 11h, no Largo do Machado, de onde vão marchar em direção ao Palácio Guanabara. Depois, caminham até a Câmara de Vereadores em apoio aos professores da rede municipal e, finalmente, encerram a passeata com um ato em frente à Assembleia Legislativa do Rio.
21 de setembro - Professores das redes municipal e estadual de educação votam pela continuidade da greve no setor e fazem passeata e manifestações no centro do Rio de Janeiro
Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil
21 de setembro - Os professores decidiram retomar a greve na manhã desta sexta-feira alegando que a prefeitura não cumpriu acordo previsto na elaboração do novo plano de cargos que foi remetido à Câmara de Vereadores
Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil
21 de setembro - Os protestos levaram centenas de pessoas para a frente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro
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21 de setembro - Professores do Rio pedem respeito com a categoria
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21 de setembro - Durante o protesto, um boneco representando o secretário de Educação do Estado, Wilson Risolia, foi queimado
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21 de setembro - Bonecos representando o governador Sérgio Cabral (PMDB) e Eduardo Paes (PMDB) também foram levados para a manifestação
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22 de setembro - Professores das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro fazem uma manifestação na orla da zona sul da cidade
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22 de setembro - Eles iniciaram uma passeata por volta das 12h, em frente à rua onde mora o governador do Rio, Sérgio Cabral, no Leblon, e seguiram até o bairro vizinho de Ipanema
Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil
22 de setembro - Os profissionais de educação da rede estadual estão em greve desde o dia 8 de agosto, por reivindicações como aumento salarial de 20% e melhores condições de trabalho
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22 de setembro - Os professores da rede municipal, que haviam suspendido a paralisação em 10 de setembro depois de quase um mês parados, decidiram voltar à greve em assembleia na última sexta-feira
Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil
22 de setembro - Eles decidiram retomar a greve porque ficaram insatisfeitos com o plano de carreiras apresentado pela prefeitura à Câmara Municipal