RJ: policial agride casal com criança no colo durante atendimento em hospital
Discussão teria começado quando os pais quiseram levar o filho para casa, por se negarem a fazer uma cirurgia sem a realização de um raio-x
Um policial militar agrediu um casal com socos, chutes e até com um puxão de cabelo no Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. As agressões aconteceram no dia 8, mas um boletim de ocorrência sobre o caso foi registrado pelas vítimas na quarta-feira, 19. As informações são do jornal O Globo.
De acordo com a ocorrência, os pais teriam ido ao hospital depois de a criança de três anos ter caído de uma escada e sentir muita dor na perna. As vítimas alegam que o menino teria feito um raio-x, mas que o resultado do exame teria sido perdido no hospital e os profissionais de saúde queriam realizar uma cirurgia na criança sem olhar a radiografia ou realizar uma nova.
Os pais da criança, Francisco Borges e Viviane Magalhães, desaprovaram a realização do procedimento e, por isso, começou a discussão. Os médicos defendiam que a criança deveria ser operada, enquanto os pais queriam levar o filho para casa. Foi então que o policial militar identificado como Leonardo Pinto de Aguiar surgiu e agrediu as vítimas.
Em registros obtidos pelo jornal é possível ver o policial agredindo o casal, mesmo com a criança no colo do pai. Após as agressões, Francisco ainda foi levado a uma delegacia e teve que permanecer algemado por um tempo.
Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, por meio da 16ª DP, as vítimas foram ouvidas e encaminhadas para exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). Como o policial foi identificado, o caso será enviado à Justiça Militar, que dará prosseguimento à investigação.
A Secretaria de Estado de Polícia Militar informou ao Terra que a Corregedoria Geral da Corporação já tomou ciência do fato e instaurou um procedimento apuratório interno. A 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) está responsável pelo caso.
O que diz a Secretaria de Saúde
Em nota enviada ao Terra, a Secretaria Municipal de Saúde informou que o Hospital Municipal Lourenço Jorge não tem gestão sobre o policial militar, inclusive porque ele apenas estava de passagem acompanhando um paciente custodiado. Por outro lado, a pasta afirmou que repudia qualquer ato de violência e está à disposição da autoridade policial para auxiliar no que for preciso.
Sobre o exame da criança, a pasta alegou que não tem procede a informação de que o exame foi perdido. Além disso, o menino tinha indicação de internação para cirurgia ortopédica, o que não foi aceito pelos pais, mas ele foi internado na manhã seguinte para ser submetido ao procedimento de redução da fratura de fêmur.
Uma familiar que o acompanhava assinou o termo de consentimento, segundo a nota.
"Trata-se de procedimento realizado sob sedação, para posicionamento do osso fraturado. Posteriormente é feita a imobilização, para estabilização do osso até a calcificação. O paciente recebeu alta e, depois de 15 dias, deve retornar para ser reavaliado, quando os médicos decidirão se será necessário um segundo procedimento, com cirurgia aberta", acrescentou a secretaria.