RJ: povo não se sente representado por partidos, diz líder do PSDB
Líder do PSDB na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e um dos principais nomes da oposição do governo de Sérgio Cabral, o deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da Rocha disse no início da tarde desta terça-feira que era preciso fazer uma reflexão profunda sobre as manifestações que tomam o País. Para ele, os manifestantes não se sentem representados pela política partidária.
“As manifestações mostram que parcela significativa da população não se sente representada pelo poder constituído, não se sente representada pelos partidos políticos”, afirmou Corrêa da Rocha. “A classe política tem de fazer uma reflexão profunda sobre o que está acontecendo.”
Na opinião do deputado, a solução é dotar de função quem não vê a política partidária com capacidade de fazer mudanças. “Qual a saída? É instrumentar de forma vigorosa todas as formas de participação popular nas tomadas de decisão. Quanto mais participação popular, mais democrática fica a decisão.”
Corrêa da Rocha lembrou o caso da audiência pública sobre a concessão do Estádio Maracanã para a iniciativa privada. “Eu estava lá. Representantes da população fizeram protestos, falaram por horas e o governo saiu de lá dizendo que não faria nenhuma alteração no projeto. Ou seja, a audiência pública não serviu para nada”, pontuou o deputado.
A grande passeata na noite de segunda-feira que seguiu da Candelária rumo à Cinelândia reuniu 100 mil manifestantes para protestar contra os gastos para a Copa do Mundo, das Confederações, a corrupção, e, principalmente, o aumento das tarifas de transporte público. O número de participantes no ato foi divulgado pela Polícia Militar do Estado.
Depois de um começo de manifestação pacífico, a polícia e os manifestantes entraram em confronto durante os protestos contra o aumento da passagem no Rio de Janeiro. O enfrentamento aconteceu em frente à Alerj, que recebeu forte policiamento para evitar pichações. Os manifestantes fizeram fogueiras nas imediações do prédio e atearam fogo em um carro virado no estacionamento funcional da Assembleia Legislativa (Alerj). Pelo menos 15 focos de incêndio foram contados pela reportagem do Terra.
Policiais militares tentaram dispersar os manifestantes que se aproximaram, e estes reagiram com fogos de artifício e jogando pedras. A polícia então usou balas de borracha, gás lacrimogêneo e spray de pimenta. Houve tumulto e correria na região da Assembleia, e alguns manifestantes quebraram vidraças de lojas e agências bancárias, enquanto outros picharam as pilastras do Palácio Tiradentes, sede do Legislativo estadual.