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RJ: teleférico será inaugurado na Providência nesta quarta

2 jul 2014 - 09h40
(atualizado às 19h14)
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<p>O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), e o governador Luiz Fernando Pez&atilde;o andam no telef&eacute;rico nesta quarta-feira</p>
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), e o governador Luiz Fernando Pezão andam no teleférico nesta quarta-feira
Foto: Beth Santos / Divulgação

O Altar de São Jorge é a única lembrança da antiga Praça Américo Brum, no segundo ponto mais alto do Morro da Providência. Local de encontro da comunidade, na zona portuária do Rio de Janeiro, a praça deu lugar à principal estação do sistema de teleférico, que teve a inauguração adiada para esta quarta-feira. Serão três estações ligando a antiga praça à Central do Brasil e à Cidade do Samba, na Gamboa. Para chegar ao topo, os moradores, que sobem uma escada de cerca de 50 andares, querem também a instalação de um plano inclinado.

Na comunidade onde vivem 5 mil moradores, considerada a primeira favela carioca, o teleférico vai percorrer 721 metros em cinco minutos e disputará com vans e mototáxis os passageiros, com a vantagem de oferecer viagens gratuitas. Depois, a tarifa passa para R$ 3 - R$ 0,50 a mais que a van, mas mais barata que a dos mototaxis (R$ 4). A depender do trânsito, a moto é o meio mais rápido de subir o morro, com o prejuízo de não ser suficiente para carregar as compras.

Os moradores ainda olham com desconfiança para os altos postes, que acabaram se tornando um pombal nos últimos anos. Dizem que têm medo de andar nas gôndolas. Até quem trabalhou na obra, como é o caso do pedreiro Márcio de Lima Pereira, de 24 anos, está receoso. “Eu não vou andar nisso. Desci uma vez e dá um calafrio na barriga. As senhoras, quero ver descer”.

Ao chegar para pegar a van, onde era a praça,  no último ponto, Daniele de Souza Costa diz que também não está convencida da utilidade do sistema. Preferia um plano inclinado, ligando a antiga praça ao topo do morro, onde moram pessoas que sobem uma escadaria com mais de 50 degraus. “O plano inclinado seria muito mais útil aqui do que o teleférico”, disse Daniele. “Olhe e veja quantas escadas (as pessoas) têm que subir com compras, faça chuva ou faça Sol”, observou.

Outra moradora acrescenta que o teleférico, que custou R$ 75 milhões,  não faz sentido em uma comunidade pequena como a Providência e funciona melhor no Complexo do Alemão, onde foi inaugurado em 2011. “Aqui não há necessidade. Tem pouca gente, a comunidade é pequena”, disse Ellen Barbosa Dias, 18 anos, grávida de seis meses, que também reclama dos pombos. “Isso aqui fede a pombo agora”.

De acordo com  um dos diretores da Associação Pró-moradores da Providência, Luiz Claudio da Rocha, apesar da demora, já que o teleférico está pronto há dez meses, o sistema vai permitir economia nas passagens, no tempo e “nas pernas”. Ele disse que o plano inclinado será erguido no lugar da escadaria. Porém,  a prefeitura explicou que outros moradores discordaram do projeto do plano, que não será executado.

Para compensar a perda da quadra, além do teleférico, a prefeitura inaugura um pequeno parquinho, com balanço, escorrega e gangorra, além de equipamentos para idosos se exercitarem em área conhecida como Academia da Terceira Idade. Uma quadra poliesportiva, um campo de futebol de grama sintética e uma churrasqueira também estão previstos para a Providência.

Agência Brasil Agência Brasil
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