O movimento grevista dos rodoviários do Rio de Janeiro, que já era dissidente do sindicato que representa a categoria, sofreu no final da tarde desta terça-feira uma nova divisão, agora entre os líderes que iniciaram, há duas semanas, paralisações que duraram, no total, 72 horas e prejudicaram cerca de dois milhões de passageiros na capital fluminense.
Diante da divisão entre os líderes, de um lado Hélio Teodoro e Luiz Fernando Mariano, e de outro, Maura Gonçalves, todos envolvidos e citados no inquérito do Tribunal Regional do Trabalho (TRF-RJ) e do Ministério Público (MP-RJ) sobre o caso, a votação sobre uma nova paralisação foi mais uma vez adiada. Desta forma, o trabalho de cobradores e motoristas de ônibus segue normalmente nesta quarta-feira. O fato já havia ocorrido na semana passada.
Uma nova assembleia está marcada para o dia 27, novamente ao lado da igreja da Candelária, para decidir os rumos da categoria, bem como se o grupo vai ou não optar ainda pela proposta de catraca livre, ou seja, se irá deixar os passageiros entrarem pela porta traseira dos veículos sem pagar a passagem e sem interferir, assim, na vida dos passageiros que se deslocam para o trabalho no Rio de Janeiro.
A assembleia desta terça-feira, no centro do Rio, foi marcado por intenso bate-boca. De um lado, Teodoro e Mariano acusam Marta de terem mentido para eles e ter como principal objetivo retornar ao Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio (Sintraturb) e se eleger presidente em 2016.
"Ela é uma pessoa falsa", acusou Hélio Teodoro. Maura nega tais acusações e diz, "estou sendo expulsa (à revelia). Não esperava isso deles".
Os rodoviários voltaram ao trabalho na quinta-feira da semana passada, após 48 horas de greve. Participaram do ato, ainda de acordo com os profissionais da área, motoristas e cobradores de ônibus do primeiro turno de trabalho, além de vigilantes bancários, que também estão em estado de paralisação e realizaram ato em frente ao Palácio Guanabara na manhã desta terça-feira.
A movimentação da categoria, que tem em torno de 40 mil motoristas e cobradores de ônibus, teve início efetivo há duas semanas, quando, de surpresa, os coletivos deixaram de circular pelas ruas da capital fluminense prejudicando um total estimado de dois milhões de passageiros.
No início da semana seguinte, em assembleia, optaram por nova paralisação, desta vez, de 48 horas. No primeiro dia, cerca de apenas 18% da frota foi às ruas, sendo que, na sequência, apenas 44%, causando filas e preços abusivos do transporte alternativo – na zona oeste, por exemplo, as vans custavam R$ 10, sendo que o preço normal é de R$ 3.
Nos dois dias de paralisação do transporte coletivo, o Rio Ônibus, sindicato das empresas, contabilizou 177 veículos depredados. Feita à revelia do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus do Rio (Sintraturb), a greve tem como intuito um reajuste salarial junto aos empresários do setor na ordem de 40% - os mesmos sindicalistas já haviam acertado um aumento, já em curso, de 10% dentro do dissídio anual discutido entre as duas partes.
Em meio a este processo entre dissidentes do Sintraturb, a desembargadora Maria das Graças Paranhos, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RJ), determinou que 70% da frota voltasse a circular na cidade tendo em vista que o sistema de ônibus é de extrema necessidade para a população, além do fato de que qualquer paralisação deve ter um prazo de 72 horas para comunicar aos usuários do sistema.
A multa imputada foi de R$ 50 mil por dia de paralisação e o responsável pelo pagamento seria o próprio Sintraturb, que por sua vez alega não ter a responsabilidade pelos grevistas, que são dissidentes do sindicato. Quatro líderes deste grupo foram impedidos pela determinação de participar de qualquer ato sob pena também diária de R$ 10 mil. Eles, todavia, seguem participando dos atos que convocam os integrantes da categoria a votar ou não pela nova paralisação.
Pela segunda vez em menos de uma semana, os rodoviários do Rio de Janeiro, que pararam por 24 horas na quinta-feira passada, decretaram uma paralisação
Foto: Daniel Ramalho / Terra
A greve que começou a meia-noite desta terça-feira deve durar 48 horas
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Hélio Alfredo Teodoro, um dos líderes do movimento grevista, estima que ao menos 80% da categoria aderiu ao movimento. "Se não forem 90%. Nós queremos negociar, ninguém aqui é terrorista", afirmou
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Os rodoviários não aceitam o acordo fechado entre o sindicato e a prefeitura, que definiu aumento de 10% e R$ 140 de cesta básica e reivindicam reajuste de 40%, auxílio alimentação de R$ 400 e o fim da dupla função de motorista
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Os ônibus que passam pelo centro estão lotados, e a população não consegue entrar
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Essa greve é ilegal, o próprio Ministério Público disse que negociação foi correta. Se eles realmente pararem muitos trabalhadores podem ser demitidos", ressaltou o diretor de comunicação
Foto: Daniel Ramalho / Terra
A Prefeitura do Rio informou em nota que, frente a greve, irá reforçar o fluxo de metrô, trens e barcas e as linhas de ônibus que fazem integração física com esses modais, além de linhas essenciais para deslocamento da população
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Reunidos em frente a uma garagem de ônibus na zona norte do Rio, um grupo de rodoviários que preferiu não se identificar acusou as empresas de ônibus de subornar funcionários para furar a greve, iniciada a meia noite desta quinta-feira.
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Segundo a prefeitura apenas 10% da frota está circulando
Foto: Daniel Ramalho / Terra
A Prefeitura também solicitou reforço da Polícia Militar a fim de garantir a segurança na saída das garagens dos quatro consórcios de ônibus da cidade, nas estações do BRT Transoeste e nos terminais de ônibus.
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Pelo menos dez ônibus foram depredados nas primeiras horas da greve dos rodoviários no Rio de Janeiro nesta terça-feira
Foto: Rio Ônibus / Divulgação
Segundo o Rio ônibus (sindicato de empresas de ônibus do Rio), os veículos foram atacados já nas garagens e niguém se feriu
Foto: Rio Ônibus / Divulgação
Na última quinta-feira, funcionários anunciaram a paralisação por 24 horas. Ao todo, foram depredados 531 veículos no primeiro ato do grupo
Foto: Rio Ônibus / Divulgação
Os consórcios orientaram as empresas a entrar com uma queixa-crime na delegacia da região em que operam, denunciando os líderes do movimento que incitaram a violência", explicou o presidente do Rio Ônibus, Lélis Teixeira
Foto: Rio Ônibus / Divulgação
Ônibus ficaram na garagem da viação São Silvestrre, no Morro da Providência
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Ônibus ficaram na garagem da viação São Silvestrre, no Morro da Providência
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Menos de 20% dos ônibus circulavam na manhã desta quarta
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Grevistas não aceitam o acordo feito com o sindicato
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Greve de ônibus do Rio chega ao 2º dia seguido
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Greve de ônibus prejudica transporte público do Rio de Janeiro
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Greve de ônibus prejudica transporte público do Rio de Janeiro
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Greve de ônibus prejudica transporte público do Rio de Janeiro
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Greve de ônibus prejudica transporte público do Rio de Janeiro
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Poucos veículos circularam na capital fluminense
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Muita gente encontrou dificuldades para chegar ao trabalho nesta quarta
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Movimentação na Central do Brasil, no Rio de Janeiro
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Greve de ônibus prejudica transporte público do Rio de Janeiro
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Muitos veículos saíram lotados dos terminais
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Greve de ônibus prejudica transporte público do Rio de Janeiro
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Greve de ônibus prejudica transporte público do Rio de Janeiro
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Eliana Rosa, moradora de Belford Roxo, conta que os ônibus passavam em uma frequência muito menor e fez em 2h40 um percurso em que costuma levar 1 hora
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Rosilene Gonçalvez, 44 anos, mora em realengo e estava na Central do Brasil na manhã desta quarta
Foto: Mauro Pimentel / Terra
A auxiliar de serviços gerais Roberta Itaparica, de 31 anos, saiu da sua casa, em Austin, bairro de Nova Iguaçu, às 3h30 para pegar o trem até a central do Brasil
Foto: Mauro Pimentel / Terra
Rodoviários fazem ato no centro do Rio de Janeiro para definir os próximos passos da categoria
Foto: Andre Naddeo / Terra
Movimento grevista sofreu nova divisão entre os dissidentes do sindicato
Foto: Daniel Ramalho / Terra
A assembleia ocorrida nesta terça-feira teve discussão e troca de acusações
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Uma nova assembleia, marcada para o dia 27, deve decidir os rumos do movimento