Rodoviários param mesmo com acordo em Salvador
Apesar do acordo firmado entre o sindicato dos rodoviários da Bahia e entidades patronais para evitar a greve de ônibus prevista para esta terça-feira, um grupo de rodoviários não concordou com a proposta aprovada e iniciou uma série de paralisações em diversos pontos da capital baiana na tarde desta segunda-feira. O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou que os grevistas devem manter o mínimo de 70% da frota em circulação, em Salvador, no horário de pico, sob pena de multa diária de R$ 100 mil para o sindicato.
Nas estações de transbordo Lapa, Mussurunga e Pirajá, os ônibus deixaram de circular e os passageiros estão prejudicados. As paralisações provocam congestionamentos em toda a cidade e a população enfrenta dificuldades para chegar ao destino.
A greve está descartada, segundo o vice-presidente do sindicato da categoria, Fábio Primo. Ele atribui as paralisações a dissidentes do movimento. “Alguns querem ser demitidos e buscam chamar a atenção da forma que podem. Inclusive, já procuraram o sindicato para intermediar a demissão deles junto às empresas, mas esse não é o nosso papel. Todos os trabalhadores participaram da assembleia de hoje. Não vai ter greve”, assegura o representante sindical.
Em assembleia realizada na tarde dessa segunda-feira, a categoria aceitou a proposta dos patrões de 9% de reajuste salarial – mesmo índice para o ticket-alimentação – contra os 15% reivindicado anteriormente. A jornada de trabalho foi reduzida de oito para sete horas, com intervalo a cada 20 minutos.
A prefeitura de Salvador elaborou um “plano de contingência” para atender a população, caso os rodoviários descumpram o acordo. Segundo o planejamento, 30% da frota dos ônibus convencionais deve circular na cidade com o apoio de 300 micro-ônibus complementares. Os coletivos devem rodar nas estações de transbordo e nos principais pontos da capital baiana.
A proposta aprovada pela categoria foi apresentada ao sindicato dos trabalhadores na manhã dessa segunda-feira na sede do Ministério Público do Trabalho e da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego. Caso a greve seja deflagrada, somente em Salvador, mais de dois milhões de usuários do sistema de transporte coletivo devem ficar sem ônibus, segundo o sindicato dos rodoviários.