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Rodrigo Bocardi relata que viu gelo em asa de avião no mesmo dia do acidente em Vinhedo

Apresentador viajou de São Paulo a Ribeirão Preto na sexta-feira em condições meteorológicas semelhantes às que teria enfrentado o avião da Voepass

12 ago 2024 - 15h27
(atualizado às 17h37)
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Queda de avião com 62 pessoas a bordo em Vinhedo, interior paulista. Aeronave saiu de Cascavel, no Paraná, e tinha como destino o Aeroporto de Guarulhos.
Queda de avião com 62 pessoas a bordo em Vinhedo, interior paulista. Aeronave saiu de Cascavel, no Paraná, e tinha como destino o Aeroporto de Guarulhos.
Foto: Alex Silva/Estadão / Estadão

O apresentador Rodrigo Bocardi afirmou na manhã desta segunda-feira, 12, durante o programa Bom Dia SP, da TV Globo, que ele voou em condições meteorológicas semelhantes às que teria enfrentado o avião da Voepass que caiu em Vinhedo, no interior paulista. Bocardi viajou na sexta-feira, 9, e descreveu a situação no trajeto entre São Paulo e Ribeirão Preto. Segundo ele, havia uma camada de gelo na asa da aeronave em que estava.

As condições climáticas estão entre as hipóteses mais fortes para explicar a queda de um avião que saiu de Cascavel, no Paraná, e tinha como destino o Aeroporto de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, e não deixou sobreviventes. Todas as 62 pessoas a bordo morreram (58 passageiros e quatro tripulantes). As causas do acidente ainda estão sendo analisadas.

Bocardi disse que percebeu que o comandante do voo olhava muito para a asa do avião. "Eu fiz um pouso em Bauru, uma parada antes de seguir para Ribeirão Preto. Percebi que no voo daqui de Congonhas, que decolou por volta das 13h40, era um avião menor, o piloto conseguia enxergar a asa. Durante todo o voo, ele olhava para a asa", disse o apresentador.

"Ao pousar em Ribeirão Preto, perguntei ao piloto se era alguma coisa do gelo que ele estava olhando na asa. Ele confirmou", completou Bocardi.

Anteriormente, em veiculação feita à GloboNews, Bocardi havia entrevistado o comandante do voo, Pedro Santos, que confirmou ter recebido a informação de que havia a previsão de gelo na região, assim que decolou de São Paulo.

"Assim que começamos a passar por esses níveis, a gente se deparou com a formação de gelo na asa e o olhar (para a asa) é para verificar a quantidade de gelo que está se formando, o que a depender da quantidade, a gente precisa fazer uma descida de emergência, para encontrar uma temperatura positiva, e gerar o derretimento do gelo. A gente utilizou do sistema de antigelo, de proteção do motor, quanto das asas e a gente conseguiu livrar os níveis de gelo rapidamente", afirmou o comandante, na ocasião.

O comandante afirmou para Bocardi que solicitou para a torre de controle, no momento em que passava na região do aeroporto de Catarina, na região da Rodovia Castello Branco, uma descida e teve autorização, mas depois observou que não seria mais necessário.

"Naquele ponto, por um dado momento, a gente julgou que seria necessário fazer a descida para ir em busca dessas temperaturas positivas, mas logo após, em questão de segundos, saímos da condição de gelo", disse Santos para Bocardi.

Imagens da queda do avião, que mostram a aeronave caindo em um giro vertical, posição chamada de "parafuso chato" no meio da aviação, é o principal indicativo de que o acidente ocorreu devido a uma perda de sustentação, o "estol". Segundo especialistas, a perda de sustentação da aeronave pode estar associada à formação de gelo nas asas do avião, mas só a investigação será capaz de dar a resposta.

Estadão
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