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RS: inaugurada placa em local onde ditadura praticava tortura

Placa foi colocada no local onde funcionava quartel do Exército para onde eram levados presos políticos; local onde Carlos Lamarca estava lotado

10 dez 2013 - 11h27
(atualizado às 11h30)
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Placa durante descerramento na manhã desta terça-feira em Porto Alegre
Placa durante descerramento na manhã desta terça-feira em Porto Alegre
Foto: Daniel Favero / Terra

Foi inaugurada, nesta terça-feira, a primeira das vinte placas que serão instaladas pela cidade de Porto Alegre, como parte do projeto Marcas da Memória, que visa resgatar a história de locais onde eram realizadas torturas e prisões durante a ditadura militar. O primeiro local escolhido foi a praça Raul Pilla, onde existia o antigo quartel da Polícia do Exército, local onde o então tenente Carlos Lamarca trabalhava, e onde ajudou na fuga de presos perseguidos pelo regime.

“Esse é um local emblemático, porque era o quartel da Polícia do Exército, local para onde eram trazidos muitos militares e civis, onde muita gente foi torturada e humilhada”, diz o presidente do Movimento Justiça e Direitos Humanos, Jair Krischke. Segundo ele, as demais placas devem ser instaladas na rua, onde a população pode visualizá-las de forma fácil. “O maior vai ser instalado no Cais do Porto “, promete.

Presidente do Movimento Justiça e Direitos Humanos, Jair Krischke, responsável pelo projeto
Presidente do Movimento Justiça e Direitos Humanos, Jair Krischke, responsável pelo projeto
Foto: Daniel Favero / Terra

Com os dizeres: “aqui se localizava o quartel da 6ª Cia de Polícia do Exército que , nos anos de chumbo, foi local de prisões ilegais e torturas. A cela denominada Boi Preto era símbolo do terror implantado. Pelo portão principal, em dezembro de 1964, o então tenente Carlos Lamarca, oficial-de-dia, deu fuga ao capitão Alfredo Ribeiro Daut, um dos oficiais que aderiu ao Movimento dos Sargentos da FAB, que impediu o bombardeio do Palácio Piratini durante a campanha da Legalidade de 1961”, a placa foi inaugurada com a presença de várias personalidades e antigos militantes que foram torturados no local.

Cerimônia foi simples, mas marcada pelo resgate da história de quem lá esteve preso
Cerimônia foi simples, mas marcada pelo resgate da história de quem lá esteve preso
Foto: Daniel Favero / Terra

É o caso de Lairton Ripoll, que foi levado ao quartel em agosto de 1965, lugar onde ficou preso, sofrendo tortura e humilhações, até dezembro daquele ano, para ser solto apenas 300 dias depois de sua prisão. “Depois de 43 anos descobri que um dos meus algozes era o tenente Lamarca”, lembra, dizendo que o célebre militar que se voltou contra a ditadura, pode ser um dos que nunca o torturava. 

Fonte: Terra
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