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RS: manifestantes admitem tentativa de constranger fotógrafo de Câmara

Integrantes do Bloco de Luta pelo Transporte Público se reuniram com vereadores e disseram não aprovar episódio envolvendo profissional da Casa

12 jul 2013 - 20h59
(atualizado em 13/7/2013 às 04h58)
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<p>A presidência da Casa permitiu a ocupação desde que os manifestantes preservassem o prédio</p>
A presidência da Casa permitiu a ocupação desde que os manifestantes preservassem o prédio
Foto: Ederson Nunes / Divulgação

Manifestantes que ocupam a Câmara de Vereadores de Porto Alegre admitiram, em reunião com parlamentares nesta sexta-feira, ter havido uma tentativa de constranger e coagir o fotógrafo da Casa. Eles negaram ter havido agressão física, mas afirmaram que a ação foi reprovada pelo grupo.

A reunião foi realizada depois de a Câmara de Vereadores abrir os portões para a entrada de outros manifestantes para realizar uma assembleia, na qual decidirão se continuam a ocupação do plenário. A decisão de fechar as portas foi tomada depois do episódio de agressão contra o fotógrafo Elson Sempé Pedroso. 

O profissional afirmou ter sido abordado com truculência quando fotografava uma tentativa de invasão à sala da TV Câmara, que transmite as sessões. Os manifestantes acreditavam que funcionários da RBS, afiliada da TV Globo no Rio Grande do Sul, acompanhavam a movimentação do plenário de dentro do local. O fotógrafo disse ter sido alvo de chutes. O presidente da Casa, Thiago Duarte (PDT), afirmou ter sido empurrado.

Manifestantes não deram garantias aos vereadores e ressaltaram que a decisão da assembleia será soberana. A carta dos parlamentares ao grupo - que promete discutir as questões levantadas pelo Bloco de Luta pelo Transporte Público - foi lida no plenário e vaiada. Os jovens querem urgência nas decisões, enquanto os vereadores pediram paciência com os trâmites legais das decisões do Legislativo. 

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas. 

Fonte: Terra
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