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RS: País está em 'situação limite' e democracia pode estagnar, diz Tarso

O governador disse que a maioria conservadora do Congresso Nacional não quer fazer a reforma política

11 jul 2013 - 15h06
(atualizado às 15h12)
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Tarso Genro falou à imprensa no Palácio Piratini, em Porto Alegre
Tarso Genro falou à imprensa no Palácio Piratini, em Porto Alegre
Foto: Caco Argemi / Palácio Piratini / Divulgação

O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), afirmou nesta quinta-feira que o Brasil se encontra em uma "situação limite" depois dos protestos que tomaram as ruas no mês passado e que resultaram na paralisação geral de hoje. Segundo o petista, a maioria conservadora do Congresso Nacional impede a votação da reforma política e uma eventual estagnação da democracia pode significar retrocesso para a nação. 

"O País hoje se encontra numa situação limite, não que vá haver golpe militar ou desestruturação de poder de Estado. Uma situação limite que significa o seguinte: ou nós mudamos e amoldamos as instituições da República para maior participação direta da sociedade e fazemos (...) o atual modelo econômico que alcançou méritos extraordinários avançar (com inclusão de renda da população) (...) ou a nossa democracia nos próximos anos pode estagnar. Como não há paralisia na estagnação, pode haver retrocesso", disse o governador em entrevista coletiva concedida no Palácio Piratini, em Porto Alegre.

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O ex-ministro da Justiça respondia a uma pergunta a respeito do plebiscito sugerido pelo governo Dilma Rousseff, que sofre dificuldades para passar no Congresso Nacional. Tarso disse ter acertado uma previsão de que os congressistas iriam "amorcegar" a proposta. "Eu disse que o Congresso ia amorcegar a reforma política. E é o que está fazendo. E isso não depõe nem contra as instituições, nem contra os parlamentares. Mas é visível que tem uma maioria conservadora do Congresso que não quer fazer a reforma política porque quer apenas usar o sistema político para a reprodução dos seus mandatos", opinou.

O governador sugeriu que o PT crie um bloco para defender a realização do plebiscito, segundo ele, vital para amenizar um mal-estar da sociedade. "Acho que o PT deve lutar na Câmara para lutar por um bloco político pelo plebiscito, porque dentro do plebiscito pode se lutar por uma reforma política mais urgente", disse. "Há uma sinalização de mal-estar quando milhões de pessoas foram às ruas. Esse mal-estar está fragmentado, mas pode se concentrar em movimentações sociais exclusivas que prejudique o andamento da democracia do Brasil e o respeito às instituições que conquistamos na Constituição de 88", afirmou.

Passe livre

Principal medida em resposta aos protestos no Estado, o passe livre para estudantes da região metropolitana e outros aglomerados urbanos teve o regime de urgência retirado pelo governo nesta semana na Assembleia Legislativa. Tarso minimizou a discordância com os deputados e garantiu uma saída rápida para votar o projeto, que prometera colocar em prática no dia 1º de agosto.  Ele cobrou uma solução dos deputados que pretendem ampliar o benefício.

“Se eu tivesse poder de resposta para uma demanda de passe livre total e tivesse poder de tirar recursos para colocar em outro eu atenderia esta demanda, só que eu não tenho esse poder”, disse.

O governador também defendeu a destinação de 10% do PIB para a educação e para a saúde. Ele afirmou ainda que o Rio Grande do Sul apoia a reforma agrária, tem dinheiro para bancar desapropriação de terras, mas emperra em questões burocráticas.

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Fonte: Terra
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