RS: prefeito defende ação na Justiça para aumentar frota de ônibus em greve
Depois da decisão da Justiça de ampliar para 70% a frota de ônibus nos horários de pico, rodoviários tiraram todos os ônibus das ruas
O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, justificou nesta quarta-feira o motivo de ter ido à Justiça pedindo um aumento de circulação de 30% para 70% da frota de ônibus na cidade durante a greve dos rodoviários. A Justiça acatou a decisão, descumprida pelos trabalhadores, que retiraram todos os ônibus das ruas nesta quarta-feira.
"Esses 30% não resolvia o problema da população de vila, 30% exclui a população de vila", disse Foturnati em entrevista à Rádio Gaúcha. "Nós solicitamos o que a EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação) considerou minimamente adequado para transportar a população do horário do pico", disse.
O prefeito disse que por enquanto não há plano B para resolver o problema. "A prefeitura coordena o processo, a prefeitura é gestora. A prefeitura depende dos motoristas, depende dos ônibus para que o sistema funcione", disse. Ele também rebateu as críticas à decisão de ir à Justiça pedindo aumento da frota. "Nós vamos em busca do poder judiciário, fazemos tudo dentro da lei, nós buscamos todas as regras adequadas. Quem não cumpre a lei agora tem razão?", questionou.
Na terça-feira, a Justiça determinou que o Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre mantenha 70% da frota de ônibus nos horários de pico - das 5h30 às 8h30 e das 17h às 20h dos dias úteis - durante a greve do transporte coletivo que começou na segunda-feira. Nos demais horários, a ordem era manter os 30% já assegurados pela categoria. Em caso de descumprimento, o sindicato deverá pagar multa diária de R$ 50 mil.
O sindicato, porém, decidiu em assembleia na tarde de terça-feira retirar todos os ônibus da cidade de circulação. "Acharam ruim com 30%, 0% é pior", disse o presidente do sindicato, Julio Pires.