RS: vereadora quer impedir nomes de subversivos em ruas
Depois de projetos que retiraram nomes de pessoas ligadas ao período militar, vereadora quer que o mesmo aconteça com subversivos
Recentemente a cidade de Porto Alegre trocou o nome de uma movimentava avenida para acabar com a homenagem que era feita a Castelo Branco, um dos generais do período militar, e que passou a ser chamada de Avenida da Legalidade e da Democracia. A ideia provocou um embate de opiniões na cidade. Recentemente uma vereadora protocolou um projeto que proíbe usar o nome de pessoas condenadas por subversão à ordem pública para nomear ruas e praças.
Segundo a autora da proposta, Mônica Leal (PP), trata-se de uma resposta a outro projeto de lei apresentado pelo vereador do PT Carlos Comasseto, que visa a retirada de nomes de mais de 377 torturadores citados na Comissão Nacional da Verdade (CNV) de praças, escolas, ruas e avenidas.
“Proíbe nome de pessoas condenadas por subversão à ordem pública ou que participaram de organizações terroristas como o Exército de Libertação Popular (ELP) e Vanguarda Popular Revolucionária (VPR)”, diz o trecho da proposta lida pela vereadora ao Terra por telefone. “Se a proposta é modificar por razões ideológicas ou político partidárias, que foi consolidado ao longo do tempo, então que a verdade não seja desfocada e os fatos políticos que a esquerda não quer que o Brasil conheça deixem de ser omitidos, e que retratem a real realidade com que eles se sucederam”.
A VPR citada por Mônica foi o grupo que deu origem à Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR – Palmares), do qual a presidente da República, Dilma Rousseff (PT), fez parte.
“Eu entendo que a proibição deverá se estender a todas as pessoas condenadas... ou que participaram de movimentos terroristas. Essa é a verdade... e não são poucas, viu?”, justifica Mônica, que é filha do coronel e ex-vereador Pedro Américo, que deixou a vida política em 2004.
Subversivos?
Indagada se o uso do termo “subversivos” e “terroristas” não daria uma ideia de que ela concorda com a forma como os militares combatiam seus opositores (com prisões sem justificativa constitucional, sem direito de defesa, tortura e morte), Mônica responde que:
“É muito importante dizer que sou contra qualquer ato de tortura. Sempre fui e continuo contra. Mas quero que as coisas sejam justas, corretas porque existe outro lado”, diz a vereadora. “Em Porto Alegre temos a rua Carlos Marighela, no bairro da Cascata, entra biografia dele para ver o que fala. Tem a Praça Che Guevara, na Restinga Velha, Rua Capitão Carlos Lamarca, bairro Agronomia. Casualmente tenho a biografia dele: Vanguarda Popular Revolucionária, levando armas da guarnição para a guerrilha, diversas ações como assaltos a bancos. Instaura o foco guerrilheiro no Vale do Ribeira, sul de São Paulo. No mesmo ano comanda o sequestro do embaixador suíço no Brasil”, cita a vereadora ao justificar sua proposta. “Temos que pesquisar o nome da pessoa. Porque como conta a história o Che Guevara assassinava as pessoas, as colocava de joelhos e as executava (...) para uns ele é um ídolos, mas isso é muito relativo”.