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Sabesp: interrupção da vazão de água não é racionamento

31 jul 2014 - 20h06
(atualizado às 20h12)
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O diretor de Tecnologia e Empreendimentos da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Edson Pinzan, disse nesta quinta-feira que, quando a Sabesp faz a gestão da vazão e deixa alguns bairros da capital paulista sem água, isso não configura racionamento, que seria o corte definitivo do fornecimento por um período determinado.

<p>Para tentar conter crise da água em São Paulo, Sabesp retira água do chamado volume morto do sistema Cantereira</p>
Para tentar conter crise da água em São Paulo, Sabesp retira água do chamado volume morto do sistema Cantereira
Foto: Alan Morici / Terra

“Eu aviso à população que, em um dia da semana, não haverá abastecimento durante aquele dia todo, isso é racionamento. Quando eu digo, decreto que a situação é de racionamento e corto o abastecimento”, explicou Pinzan.

Segundo ele, que representou a presidente da Sabesp, Dilma Pena, no 25º Encontro Técnico de Saneamento e Meio Ambiente, a interrupção temporária do fornecimento ocorre na maioria das vezes por necessidade de manutenção, mas, neste momento, a maneira como a Companhia vem fazendo a gestão da água garante que toda a população seja abastecida o máximo de tempo possível. “Não está no nosso plano fazer racionamento”, reforçou.

Sobre a possibilidade de usar mais água da reserva técnica, Pinzan explicou que a Sabesp está se preparando para isso. “Estamos trabalhando com o futuro, não só com o presente. Se a situação se agravar e não houver no período úmido, as chuvas esperadas, temos que estar preparados. Nosso papel é (garantir) o abastecimento de água para o interior de São Paulo e a região metropolitana.”

Pinzan ressaltou que a redução do volume de água no Alto Tietê também preocupa, embora os técnicos da Sabesp já estejam trabalhando para encontrar uma solução, incluindo o uso da reserva técnica.

Ao comentar o relatório enviado pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) à Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arcesp), Pinzan esclareceu que, no mês passado, foram cerca de 500 pessoas reclamando, ou seja 14 por dia. “Em uma cidade de 20 milhões de habitantes, é um número pequeno, porém considerável de cidadãos, mas temos que trabalhar isso, porque 0,003% não é uma epidemia.” De acordo com o dirigente da Sabesp, o momento é de uma situação de crise, na qual a Compahia tem pedido à população que colabore. “Felizmente está havendo essa colaboração.”

Ele disse que, se o Ministério Público realmente determinar o racionamento, haverá prejuízo para a população. “Já avisamos que a população poderá ficar um dia com água e três sem, dependendo da altura onde está, devido à pressão da água.”

No dia 26 de junho, o Idec iniciou a campanha "Tô sem Água", que tem a finalidade de mapear as localidades afetadas pela falta d'água. Embora a campanha termine nesta quinta-feira, o Idec enviou, no último dia 29, carta para a Arsesp com dados dos relatos recebidos até a última segunda-feira. Até aquele dia, foram registrados 494 relatos, dos quais 74% informavam sobre falta d'água à noite, 9%, de manhã, 13%, durante o dia e a noite inteiros, e 5% somente à tarde. A frequência da falta d'água ficou distribuída assim: todos os dias, uma vez por dia, 73%; mais de uma vez por semana, 17%; mais de uma vez por dia, 5% ; uma vez por semana, 3%; uma vez por mês, 1%; mais de uma vez por mês, 1%.

De acordo com os relatos recebidos pelo Idec, as regiões mais afetadas com a falta de abastecimento são as zonas oeste (27%), norte (23%), sul (18%), leste (24%) e a região metropolitana de Grande São Paulo (8%). Conforme as informações registradas pelo instituto, 57% dos que fizeram relatos percebem comprometimento na qualidade de água.

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Agência Brasil Agência Brasil
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