Santos: combate ao incêndio pode durar até mais quatro dias
Boatos de que a área seria evacuada foram disseminados pelas redes sociais, negados pelas autoridades, e estão sendo investigados
O combate ao incêndio que atinge a empresa Ultracargo, em Santos, no litoral paulista, pode durar mais três ou quatro dias, segundo previsão da prefeitura da cidade. A administração, porém, descartou o risco de explosão dos tanques atingidos pelo fogo ou a evacuação das pessoas do entorno do local.
“Temos dois tanques que ainda estão pegando fogo. A previsão é de três a quatro dias para que esvazie todo o combustível. É uma coisa que evidentemente tem os seus perigos, mas estamos fazendo todo o possível para preservar o máximo a segurança”, disse o vice-governador Márcio França, após reunião na manhã desta segunda-feira (6).
A Ultracargo informou, por meio de nota, que "o incêndio em uma parte de seu terminal de Santos atinge dois tanques que contém exclusivamente gasolina" e que "a operação conta com 7 rebocadores que auxiliam na captação de água do mar e abastecem os caminhões de incêndio na frente de combate".
Boatos de que a área seria evacuada chegaram a moradores por meio do WhatsApp e pelas redes sociais. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) afirmou que está investigando para encontrar o responsável por disseminar os boatos criminosos.
Multa
Questionado se a Ultracargo não receberia multa, não apenas pelo acidente, como pela mortandade de peixes registrada em mangue do Canal do Estuário, o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa, afirmou que a empresa pode ser multada em até R$ 50 milhões. “Tivemos hoje uma reunião com o Ministério Público para apurar as responsabilidades e punir os fatos. Uma situação como essa é inadimissível para nossa cidade e o nosso País. A mortandade dos peixes é um dano ambiental que está sendo avaliado e tomaremos as medidas cabíveis. Recentemente aprovamos na cidade uma legislação municipal que estabelece multas de R$ 50 a R$ 50 milhões e ela será fartamente utilizada nesse processo”, afirmou Barbosa.
A empresa afirmou que "realiza, desde o início, através de uma empresa especializada, o monitoramento e controle de risco ambiental na área de influência do incidente".
Tráfego
A Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) e a Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta/Imigrantes, anunciaram, ontem (5), medidas de controle de tráfego de caminhões na chegada ao Porto de Santos. “Uma das medidas tomadas nessa nossa reunião será a restrição do acesso ao Porto (de Santos). Estamos dialogando no sentido de preservar o direito da mobilidade dos santistas com medidas restritivas dos acessos de caminhões à margem direita do porto. A medida vigorará até que o incêndio seja encerrado”, disse o prefeito.
Está sendo realizado bloqueio de caminhões com destino à margem direita do Porto de Santos no km 40 da Rodovia Anchieta, no início do trecho de serra.
A Polícia Militar Rodoviária faz, na altura do km 40 da Anchieta, próximo do bolsão da interligação, a triagem dos caminhões com destino à Baixada Santista. Quem não puder seguir viagem está sendo encaminhado para o bolsão de estacionamento e deverá aguardar liberação do acesso ao Porto através do Viaduto Alemoa. Os caminhões que têm destino à margem esquerda do Porto serão liberados a seguir viagem. Os veículos de passeio e veículos leves estão liberados para descer a serra do mar sem problemas. O bloqueio vai vigorar até que o incêndio seja totalmente controlado pelo Corpo de Bombeiros.
Incêndio
Na noite de ontem, o fogo se restringia a dois tanques no depósito da Ultracargo, segundo informou a Defesa Civil. As equipes que trabalham no local desde quinta-feira, dia do início do incêndio, retiraram os componentes químicos dos depósitos, pelo risco de explosão e liberação de fumaça tóxica, que poderia colocar a população em risco. Os bombeiros já estão com um plano de evacuação, que ainda não foi implementado porque a situação está controlada.
"O importante é que, até o momento, não há necessidade de tirar as pessoas que estão próximas ao local. Não houve nenhum pedido ao Governo Federal para isso. Mesmo tendo um cenário hoje estável precisamos estar preparados, ter esse plano. O pessoal do exército preparado para nos ajudar, mas tudo isso por questão de prevenção, ainda", disse o secretário-chefe da Casa Militar e coordenador estadual de Defesa Civil, José Roberto Rodrigues de Oliveira.
Oliveira acrescentou que existem "muitos tanques com gasolina, etanol e até ácidos, uma infinidades de produtos químicos", mas que os que causavam mais preocupação foram isolados por uma barreira.
O governo de São Paulo anunciou no sábado (04) a instalação de um gabinete de crise na prefeitura de Santos para acompanhar e tomar providências em relação ao incêndio nos depósitos da Ultracargo, que teve início na última quinta-feira (02).
— 193-Bombeiros PMESP (@BombeirosPMESP) 6 abril 2015