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São Paulo registra alta de homicídios, estupros e roubos

Aumento da circulação de pessoas tem resultado no crescimento dos chamados "crimes de oportunidade"

25 set 2021 - 08h59
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O Estado de São Paulo registrou alta nos casos de homicídio, estupro, roubos e furtos em agosto deste ano, na comparação com o mesmo mês do ano passado, de acordo com os dados oficiais divulgados nesta sexta-feira, 24, pela Secretaria da Segurança Pública (SSP). Como motivo principal, a pasta aponta que, após o ano de 2020 ter sido atípico com a quarentena, o aumento da circulação de pessoas tem resultado sobretudo no crescimento dos chamados "crimes de oportunidade", normalmente cometidos contra o patrimônio.

Cosumidores fazem compras em rua comercial de São Paulo em meio a disseminação da Covid-19
21/12/2020
REUTERS/Amanda Perobelli
Cosumidores fazem compras em rua comercial de São Paulo em meio a disseminação da Covid-19 21/12/2020 REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

Ainda com destaque para crimes com esse perfil, houve aumento nos casos de homicídios dolosos e estupros, dois dos crimes mais violentos na listagem da secretaria. A quantidade de homicídios dolosos registrados em agosto deste ano foi de 225, o que representa crescimento de 5,63% ante o mesmo período do ano passado (213). Enquanto isso, com 216 casos relatados no Estado em agosto deste ano, o aumento no número de estupros foi de 8%. No mesmo mês, mas em 2020, foram registrados 200 casos.

Em termos proporcionais, roubos e furtos, que são dois dos principais crimes cometidos contra o patrimônio, tiveram aumento significativo em relação a agosto do ano passado. O número de registros de roubo em agosto deste ano, 19.363, cresceu 24,57% em comparação com o que foi notificado no mesmo período do ano passado, 15.544. Já o aumento na quantidade de furtos foi de 44 13%. Em agosto deste ano, foram registrados 41.678 casos, ante 28.917 notificações no mesmo período do ano passado.

"No ano passado, com a pandemia, muitos indicadores caíram muito porque o movimento nas ruas parou", explica o secretário executivo da Polícia Militar, coronel Álvaro Camilo. Ele considera o fim do isolamento social como principal causa do aumento nos índices de alguns crimes quando comparados ao ano passado. Em agosto de 2020, o Estadão mostrou que os crimes violentos haviam caído em 99 dos 139 municípios (71,2%) com a pandemia, conforme notificado no Índice de Exposição à Criminalidade Violenta (IECV), elaborado pelo Instituto Sou da Paz com base nos registros de roubos, estupros e homicídios.

Segundo Camilo, com a alta observada sobretudo em ocorrências de roubo e furto, a Secretaria de Segurança Pública está fazendo uma série de ações para combater os crimes enquanto as atividades presenciais vão sendo retomadas. Há ações tomadas até em relação a crimes utilizando o Pix, o que, segundo o coronel, tem aumentado desde que a ferramenta foi lançada.

O Banco Central estabeleceu anteontem que as medidas antifraude na prestação de serviços de pagamentos deverão ser implementadas até o dia 4 de outubro. Conforme o BC anunciou no fim de agosto, as instituições deverão limitar a no máximo R$ 1 mil as operações de serviços de pagamentos por causa de depósitos ou de pagamento pré-pago para o período das 20 horas às 6 horas da manhã do dia seguinte. Além do Pix, o limite também será aplicado em outras transferências por meio de Documento de Crédito (DOC) e TED (transferência eletrônica disponível), boletos de pagamentos, para reduzir a vulnerabilidade das instituições a crimes como sequestro.

Tendência

Questionado em relação a um recorte mais geral, que abarca 2019 e outros anos anteriores no tocante à segurança em geral, o coronel Camilo reforçou ainda que há uma tendência de queda na criminalidade no Estado de São Paulo.

Estadão
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