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São Paulo só cumpre 2 de 6 critérios da OMS para reabrir

Recomendações da Organização Mundial de Saúde indicam controle sobre a transmissão da doença e não existir riscos de novos surtos

31 mai 2020 - 05h10
(atualizado às 10h11)
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Embora a Prefeitura de São Paulo tenha anunciado que passará, a partir desta segunda-feira, 1, a receber propostas de representantes do setor privado para liberar parcialmente a retomada das atividades comerciais, a capital paulista só atende a dois de seis critérios recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para iniciar um processo de relaxamento do distanciamento social, segundo um relatório da própria Prefeitura, publicado na última sexta-feira.
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB)
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB)
Foto: Divulgação/Prefeitura de SP / Estadão Conteúdo

De acordo com o quatro Relatório Situacional da Covid-19, no momento, "impedir a escalada da transmissão e atingir a estabilidade com transmissão de baixo nível ou próxima de zero deve ser a prioridade". O texto, elaborado por técnicos da Secretaria Municipal da Saúde, destaca ainda o distanciamento social como medida que "tem possibilitado ao poder público municipal ampliar sua capacidade de atenção de forma ordenada e efetiva".

O documento cita outro relatório, Covid-19 Strategy Update, elaborado pela OMS e publicado em 14 de abril, que contém parâmetros a serem considerados em uma transição e relaxamento gradual das medidas de distanciamento.

Os requisitos já cumpridos pela cidade são: ter capacidade de detectar e tratar novos casos, sobretudo os graves, e adotar medidas de prevenção em locais de trabalho. "Isso inclui medidas de distanciamento social, orientações de higiene e de etiqueta respiratória, e, quando possível, monitoramento da temperatura", afirmam os técnicos que fizeram o relatório.

Já entre os critérios que ainda não são atendidos para iniciar o processo, estão: o controle sobre a transmissão da doença, que seria observada caso o surgimento de novos casos fosse esporádico", todos por contatos conhecidos ou importações"; a redução do risco de novos surtos, com maior controle sobre a prevenção à doença; controles sobre o surgimento de casos importados; e, por fim, conscientização da população: no novo cenário, a população deve estar consciente de que todo c

aso, grave ou não, deve resultar em isolamento do paciente.

O relatório faz ainda um balanço das ações adotadas pela Prefeitura até aqui e destaca que, antes da pandemia, a cidade possuía 507 leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Agora, há 1.007 leitos só para a covid-19. De acordo com o texto, todos os dias 45 novos pacientes com a doença requisitam leitos de UTI, em média. Na semana do dia 21 de março, a média era ainda maior: 55.

Por meio de nota, a secretaria da Saúde informou que as regra da OMS são recomendações, não determinações. "O município tem trabalhado com outros critérios, como redução da disseminação com atuação única no Brasil no controle da covid-19, com a presença de toda a rede básica e a rede hospitalar envolvida".

Ainda segunda a nota, "o número de casos estão em forma decrescente de crescimento". Além disso, a nota afirma que o governo do Estado "coloca (a cidade) em melhor situação dentro da região metropolitana.

Retomada

Neste sábado, 30, o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, afirmou que a cidade irá retomar, a partir de amanhã, consultas e cirurgias eletivas. "Mantivemos o funcionamento normal das consultas e também de cirurgias de cinco casos: os casos crônicos de diabete e cardiopatas, para recém-nascidos, para gestantes e vacinação. Fizemos a suspensão de pequenas cirurgias eletivas e também de algumas consultas. Mas já determinamos, a partir da semana que vem, que as consultam suspensas voltem a ser marcadas pelas Unidades Básicas de Saúde (UBSs)", afirmou

Estadão
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