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Seap diz que manifestante presa no Rio suspendeu greve de fome

24 out 2013 - 21h17
(atualizado às 21h17)
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A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) do Rio de Janeiro informou nesta quinta-feira que Daniela Soledad dos Santos Barbosa, conhecida como Sol, suspendeu a greve de fome iniciada no dia 16 deste mês. Ela foi presa durante as manifestações do Dia do Professor, no último dia 15, e transferida para o Presídio Bangu, na zona oeste da capital fluminense.

De acordo com a Seap, Daniela foi encaminhada na última segunda-feira ao Hospital Doutor Hamilton Agostinho Vieira de Castro, no Complexo Penitenciário de Gericinó, onde foi atendida por um médico, recebeu medicação de reidratação oral, foi orientadas sobre as consequências de ficar sem comer e decidiu terminar a greve de fome. De acordo com o órgão, ela passa bem.

Mais cedo, a ativista Elisa De Quadros Pinto Sanzi, a Sininho, informou que Sol corria risco de morte. "A Soledad está correndo risco de vida, ela está internada no soro. Está há uma semana sem comer", declarou Elisa.

A ativista informou que está marcada para esta sexta-feira uma entrevista à imprensa, em frente ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, no centro da cidade, para denunciar o caso de Soledad e o de mais cinco manifestantes que continuam presos em Bangu 8.

Elisa disse ainda o caso está sendo denunciado à entidades internacionais de direitos humanos. Eles foram presos no último dia 15, após protestos no centro do Rio que acabaram em confrontos entre policiais militares e manifestantes.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus. A mobilização surtiu efeito e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas – o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi

assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas

populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas

também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo

de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de Janeiro,

CuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. "Essas vozes precisam ser ouvidas", disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Agência Brasil Agência Brasil
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