Segunda caixa misteriosa aparece em praia de Pernambuco
Objeto estaria ligado a uma embarcação alemã abatida na Segunda Guerra Mundial, em 1944
Uma caixa misteriosa, sem identificação, foi encontrada na Praia de Sossego, na Ilha de Itamaracá, que fica no litoral norte de Pernambuco, na última quarta-feira, 1º de julho. Essa é a segunda caixa a aparecer no município. A primeira, do mesmo tipo, apareceu no final de semana passado. Acredita-se que elas sejam do mesmo tipo que outras que apareceram no litoral pernambucano há dois anos e que, na época, foram relacionadas a uma embarcação alemã que naufragou próximo ao estado durante a Segunda Guerra Mundial, em 1944.
Em nota, a prefeitura de Itamaracá, por meio de sua Secretaria de Meio Ambiente, informou que as caixas são de látex, semelhantes a outras que apareceram no litoral pernambucano em 2018. E que uma equipe já esteve no local para recolher a caixa e encaminhá-la para ao destino mais apropriado. A nota ainda comenta que, em 2018, a Polícia Federal chegou a emitir um laudo, informando que essas caixas não oferecem nenhum risco à saúde e que podem ser encaminhadas para a reciclagem. A prefeitura avisa que, caso a população volte a encontrar mais caixas na orla da ilha, entre em contato pelo telefone 81 9 8161.7402.
A Marinha do Brasil, por intermédio do Comando do 3º Distrito Naval, que abrange o Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, Ceará e Paraíba, também emitiu nota informando que: "não foram registrados acidentes náuticos na região que justifiquem o aparecimento dos 'pacotes sem identificação' que estão sendo encontrados no litoral do Nordeste desde 2018". De acordo com a Marinha, as Capitanias dos Portos envolvidas estão acompanhando.
Em 2018, pesquisadores da Universidade Federal do Ceará descobriram que as centenas de caixas de borracha que foram encontradas nas praias, pelo menos 200, pertenciam a um navio alemão abatido por tropas americanas em janeiro de 1944, durante a segunda guerra mundial, próximo ao Recife.
O navio civil, construído em 1939, foi afundado após deixar a capital pernambucana no dia 2 de janeiro daquele ano, fugindo do bloqueio naval imposto pela marinha americana. Após abatido, os sobreviventes conseguiram sair em pequenos botes rumo a Fortaleza, onde foram presos na 10ª Região Militar. A embarcação só foi encontrada em 1996, a cerca de 5.700 metros de profundidade. Desde 2018, diversas caixas já foram encontradas do norte da Bahia ao Maranhão.