Sem-teto protestam em SP e falam em 'Copa de sangue'
Cerca de 5 mil manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), segundo estimativa da Polícia Militar (PM), saíram em protesto do Largo da Batata nesta quinta-feira em São Paulo em direção à Ponte Estaiada (Octávio Frias Filho). Aproximadamente 150 policiais militares acompanham a passeata.
O grupo ocupa desde o início do mês um terreno próximo ao estádio Itaquerão para chamar a atenção do problema da especulação imobiliária – que impede muitas famílias de pagar seus aluguéis.
“Se eles (prefeitura) vierem amanhã e quiserem desocupar sem negociar, sem darem garantias reais àquelas famílias, vai haver resistência. Se eles insistirem, vão ter uma Copa de sangue”, diz Guilherme Boulos, coordenador do MTST.
A passeata acabou por volta das 21h10, sem casos de violência e sob forte chuva. A PM chegou a chamar os manifestantes de “diferenciados”, já que informaram o trajeto antecipadamente e não provocaram tumultos.
Os manifestantes usam carro de som e bandeiras durante o ato. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), às 18h47, a cidade tinha 248 quilômetros de lentidão em suas vias. O recorde deste ano é de 261 quilômetros. Por volta do fim do protesto, contudo, os congestionamentos na cidade haviam caído para 102 quilômetros.
“Queremos dizer que tanto o MTST, como todos os outros movimentos, estão por aqui por um motivo claro. Todo mundo está por aqui porque tem uma proposta clara e a gente quer que o governo nos ouça. Não adianta fazer Copa, jogar areia nos nossos olhos e achar que a gente a só ficar assistindo jogo. A Copa está com o povo. A bola está com o povo. Dia 12 de junho, não vai ter abertura da Copa. Nós queremos, Dilma, Alckmin, Haddad, é nossa fatia do bolo. A nossa fatia não chegou ainda”, diz Boulos.