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'Serial Killer do DF' já foi alvo de buscas da polícia por 15 dias após ocorrência em 2008 na Bahia

Lázaro Barbosa de Sousa, que hoje está sendo procurado por crimes no Distrito Federal, é suspeito de homicídios no interior baiano há mais de dez anos. Sem sair da região, ele conseguiu despistar as autoridades naquela oportunidade

17 jun 2021 - 18h48
(atualizado às 18h52)
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Não é a primeira vez que Lázaro Barbosa de Sousa, conhecido como "Serial Killer do Distrito Federal", mantém a polícia no seu encalço por dias. O homem, que hoje está sendo procurado por 200 agentes de segurança no interior de Goiás, também conseguiu escapar de cercos após ser acusado de homicídio no ano de 2008 no povoado de Melancia, no município baiano de Barra do Mendes, a 540 quilômetros de Salvador.

Segundo o secretário da Agricultura de Barra do Mendes, Roberto Willian Alves de Sousa Gabrielli, à época dos crimes no município baiano, Lázaro conseguiu despistar a polícia durante 15 dias sem sair da região. O criminoso só foi preso porque se entregou, mas fugiu da cadeia dez dias depois, contou Gabrielli. "Ele matou um morador das 5 para às 6 da manhã, depois foi atrás do outro. Bateu na porta, chamou, e quando o morador abriu, atirou nele."

Conforme Gabrielli, Lázaro deixou o local do crime calmamente e se embrenhou no mato. "Ele ficou 15 dias escondido no mato e na copa das árvores. Ele mesmo contou que a polícia passava por baixo e não o via. Usou inclusive a tática de colocar a sandália de trás para frente para confundir os policiais. Ele é mateiro, conhece a região, sabe como se enfiar em buracos e se camuflar no mato."

Durante o período em que era procurado, Lázaro invadiu a fazenda de um produtor rural e furtou uma espingarda, conta Gabrielli. "Quando resolveu se entregar, ele voltou à fazenda do 'seu' Alberique e devolveu a espingarda. Estava com o pé inchado, pediu comida, suco, café e depois pediu ao fazendeiro que o levasse até a delegacia, pois queria se entregar", disse. "Ficou preso uns dez dias, depois fugiu."

Gabrielli, morador de Barra do Mendes, conta que as mortes ocorreram após uma tentativa de estupro. "O vizinho foi ver o que acontecia e ele deu um tiro de espingarda no peito", lembrou. O sitiante Pedro Oliveira é irmão da primeira vítima de Lázaro, José Carlos Benício de Oliveira, o 'Carlito", assassinado em novembro de 2008.

Ele contou que o irmão deu proteção a algumas mulheres assustadas, depois que o "serial killer" tentou estuprar uma moradora. "O Carlito foi ver com ele o que estava acontecendo, e ele levantou a espingarda e atirou à queima roupa."

Pedro conta que estava em uma roça quando ouviu o tiro e foi verificar, encontrando Carlito caído em uma poça de sangue. "Ele ainda estava vivo quando botei no carro, mas não deu tempo de salvar." Em seguida, Lázaro teria recarregado a arma e ido à casa de Manoel Desidério, outro morador do bairro, que acabou morto com um tiro de espingarda.

O povoado rural de Melancia, a oito quilômetros da área urbana de Barra do Mendes, tem algumas dezenas de casas e os moradores estão assustados. O receio é de que o chamado serial killer, caçado pelas polícias do Distrito Federal e Goiás, acusado de uma série de crimes que inclui o assassinato de quatro pessoas da mesma família, resolva se esconder por ali. "A família dele tem algumas terras por aqui e parece que ele andou falando de voltar para cuidar do que seria dele", disse Pedro.

Na vila, os moradores não escondem o medo. Romilson 'Melancia', dono de uma funilaria, disse que não é momento de falar sobre o passado das pessoas. "Na época dos fatos eu não estava por aqui e acho melhor não falar nada." O servente escolar Carlos Mendes também preferiu não se estender ao ser perguntado sobre o serial killer. "Ele foi embora da vila faz muito tempo e estamos em paz aqui. É melhor não mexer com isso agora, quem sabe o que as pessoas têm na cabeça", disse.

Estadão
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