Sindicato confirma greve de ônibus em SP; Justiça determina 100% da frota em horários de pico
Paralisação começa a partir da 0h desta quarta-feira, 3
O Sindicato dos Motoristas (SindMotoristas) confirmou na noite desta terça-feira, 2, a greve da categoria a partir da meia-noite desta quarta-feira, 3, em São Paulo. O grupo inclui motoristas, cobradores e outros funcionários do setor.
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Apesar da greve dos ônibus, as linhas de metrô e trem irão operar normalmente. Segundo o sindicato, a decisão pela paralisação foi necessária por conta de impasses nos diálogos com o setor patronal, que “continua irredutível” quanto às reivindicações da categoria.
Por conta da greve, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria de Mobilidade e Trânsito (SMT) e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), suspendeu o rodízio de veículos na manhã e tarde desta quarta. Segundo comunicado, “todas as demais restrições continuarão valendo normalmente”.
O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, no entanto, determinou que motoristas e cobradores devem garantir 100% do efetivo nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h) e, ao menos, 50% nos demais períodos do dia.
A liminar foi concedida pelo desembargador-relator Davi Furtado Meirelles em audiência nesta terça. Em caso de descumprimento da decisão, será aplicada multa diária de R$ 100 mil ao sindicato da categoria (SindiMotoristas) e ao sindicato das empresas de transporte coletivo (SPUrbanuss).
Negociações se arrastam há meses
No mês passado, os trabalhadores do setor rodoviário votaram e aprovaram uma greve para o começo de junho, mas voltaram atrás após entrarem em um acordo com o SPUrbanuss, em audiência de conciliação na Justiça do Trabalho.
Naquela ocasião, o SindMotoristas aceitou recuar do protesto com algumas condições. Uma delas foi a criação de um corpo técnico para fiscalizar os contratos firmados entre as concessionárias e a Prefeitura de São Paulo.
Após o acordo, os trabalhadores decidiram suspender o estado de greve até o dia 30 junho, data considerada o prazo limite para o SindMotoristas e o SpUrbanuss entrarem em um consenso sobre as demandas dos funcionários.
Como nada foi apresentado por parte da categoria patronal, o SindMotoristas mobilizou a categoria, que decidiu votar novamente pela greve na última sexta, 28.
A principal reivindicação dos trabalhadores é redução da jornada de trabalho para 6,5 horas trabalhadas com mais 30 minutos remunerados. "Este é o carro-chefe das demandas da categoria", disse a assessoria do SindMotoristas.
Na lista de demandas, também estão: reajuste salarial de 3,69% pelo IPCA-IBGE mais 5% de aumento real; cesta básica de qualidade; correção do Programa de Participação nos Resultados (PPR) de R$ 1.200 para R$ 2.000; e melhorias no vale-refeição, no seguro de vida, nos convênios médico e odontológico, além de revisão dos valores do auxílio funeral.
* Com informações de Estadão Conteúdo