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SP: ambulantes vendem máscaras do 'V de Vingança', cartolina e bandeiras

Ambulantes venderam 500 máscaras a R$ 10 no último protesto em São Paulo

20 jun 2013 - 17h08
(atualizado às 18h51)
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<p>Banca oferece uma máscara normal, na cor branca, e outra na versão amarela, além de bandeiras e nariz de palhaço</p>
Banca oferece uma máscara normal, na cor branca, e outra na versão amarela, além de bandeiras e nariz de palhaço
Foto: Daniel Fernandes / Terra

Ambulantes aproveitam a movimentação da concentração do protesto que ocorre nesta quinta-feira na avenida Paulista, em São Paulo, para lucrar. Na praça do Ciclista, Thiago Melo, 32 anos, e Pedro Villano, 33 anos, montaram uma banca onde vendem máscaras de Guy Fawks, personagem do filme V de Vingança. Os dois, que trabalham em uma empresa de tecnologia, venderam 500 máscaras a R$ 10 no protesto da última terça-feira. O produto se esgotou em duas horas.

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Nesta quinta-feira, a dupla trouxe 720 máscaras. “Hoje, a gente espera que em duas ou três horas acabe tudo”, disse Pedro. Os dois dizem que querem mais colaborar com o protesto do que lucrar e fazem uma promoção: duas máscaras por R$ 15. A banca oferece uma máscara normal, na cor branca, e outra na versão amarela, além de bandeiras e nariz de palhaço.

O ambulante Nilo Evangelista de Souza Filho, 47 anos, vende capas de chuva a R$ 5 e bandeiras por R$ 20. Este é o segundo protesto de que ele participa. Na terça-feira, teve problemas durante o tumulto em frente à prefeitura. "No outro, eu achei que ia ser tranquilo. Estava vendendo bem, mas aí começou a confusão na prefeitura, e eu fugi."

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Também há ambulantes vendendo cartolina para cartazes, capas de chuva, apitos, bandeiras, água, salgados, refrigerante e cerveja. Os estudantes Marcos Vinicius Ferreira Gonçalves, 21 anos, Rebeca Reale, 21 anos, e Ana Carolina Canetraro, 20 anos, compraram apito por R$ 1 cada. "Mesmo assim, não é necessário. O que vale é a voz. Mas ajuda (o apito). Faz um barulho. E como está barato, eu comprei", disse Marcos.

Há duas concentrações distintas na avenida Paulista. Na praça do Ciclista, havia cerca de 500 pessoas apartidárias por volta das 16h45. Já próximo à avenida Angélica, militantes de partido fazem uma segunda concentração. No local, são vendidas bandeiras do Brasil a R$ 20, além de narizes de palhaço, água e comida.

Cenas de guerra nos protestos em SP

A cidade de São Paulo enfrenta protestos contra o aumento na tarifa do transporte público desde o dia 6 de junho. Manifestantes e policiais entraram em confronto em diferentes ocasiões e ruas do centro se transformaram em cenários de guerra.

Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, prédios, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas. Os manifestantes alegam que reagem à repressão da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos.

Veja a cronologia e mais detalhes sobre os protestos em SP

Mais de 250 pessoas foram presas durante as manifestações, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha. A mobilização ganhou força a partir do dia 13 de junho, quando o protesto foi marcado pela repressão opressiva. Bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela Polícia Militar na rua da Consolação deram início a uma sequência de atos violentos por parte das forças de segurança, que se espalharam pelo centro.

O cenário foi de caos: manifestantes e pessoas pegas de surpresa pelo protesto correndo para todos os lados tentando se proteger; motoristas e passageiros de ônibus inalando gás de pimenta sem ter como fugir em meio ao trânsito; e vários jornalistas, que cobriam o protesto, detidos, ameaçados ou agredidos.

As agressões da polícia repercutiram negativamente na imprensa e também nas redes sociais. Vítimas e testemunhas da ação violenta divulgaram relatos, fotografias e vídeos na internet. A mobilização ultrapassou as fronteiras do País e ganhou as ruas de várias cidades do mundo. Dezenas de manifestações foram organizadas em outros países em apoio aos protestos em São Paulo e repúdio à ação violenta da Polícia Militar. Eventos foram marcados pelas redes sociais em quase 30 cidades da Europa, Estados Unidos e América Latina.

As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011. Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40. No dia 19 de junho, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Fernando Haddad (PT) anunciaram a redução dos preços das passagens de ônibus, metrô e trens metropolitanos para R$ 3. O preço da integração também retornou para o valor de R$ 4,65 depois de ter sido reajustado para R$ 5.

Colaborou com esta notícia a internauta Jucélia Silva, de São Paulo (SP), que participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

Fonte: Terra
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