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SP: apesar de liminar, Metrô amanhece com linhas paralisadas

Por volta das 6h30, Metrô anunciou que as principais linhas voltaram a operar parcialmente. Muitas das estações, porém, permaneciam fechadas

5 jun 2014 - 05h01
(atualizado às 15h23)
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<p>Maior parte das linhas do Metrô amanheceu paralisada nesta quinta-feira, com estações fechadas ao usuário</p>
Maior parte das linhas do Metrô amanheceu paralisada nesta quinta-feira, com estações fechadas ao usuário
Foto: Marcos Bezerra / Futura Press

Apesar da decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que, na quarta-feira, concedeu liminar que determina a manutenção de 100% do funcionamento do Metrô nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h) e de 70% nos demais horários de operação nesta quinta-feira, três das cinco linhas do Metrô de São Paulo foram paralisadas no início desta manhã, por causa da greve dos metroviários paulistas.

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De acordo com a Companhia do Metropolitano, por causa da paralisação, os trens das linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha não circulavam no início da manhã. Apenas as linhas 4-Amarela e 5-Lilás operavam normalmente. Os trens da 5-Lilás iniciaram o dia parados, mas por volta das 5h30, segundo o Metrô, começaram a circular. Às 6h28, o Metrô informou que as Linhas 1, 2 e 3 passaram a operar parcialmente, mas as portas continuavam fechadas em muitas das estações.

Às 15h, segundo o Metrô, funcionavam normalmente os seguintes trechos:

Linha Trecho
1-Azul Entre as estações Luz e Ana Rosa
2-Verde Entre as estações Ana Rosa e Vila Madalena
3-Vermelha Entre as estações Marechael Deodoro e Bresser
4-Amarela Funciona normalmente
5-Lilás Funciona normalmente

Vandalismo

Na zona leste da cidade, usuários dos trens da CPTM também encontraram dificuldades na estação Corinthians-Itaquera. A estação que interliga as linhas 3-Vermelha (Metrô) e 11-Coral (CPTM) também foi fechada.  

Por causa da paralisação, passageiros invadiram a estação no início da manhã. Um portão foi derrubado e várias pessoas pularam no trilho do trem. A PM foi acionada para tentar controlar a situação. Não há informações sobre detidos.

Na mesma região, uma ameaça de bombas mobilizou a PM na estação Arthur Alvim. Segundo a corporação, nada foi constatado no local.

Negociação

Na quarta-feira, terminou sem acordo a reunião entre representantes do Sindicato dos Metroviários de São Paulo e representantes do Metrô, apesar de a empresa ter elevado a proposta de reajuste que daria aos trabalhadores para 8,7%. 

Hoje, representantes do sindicato se reuniram com o superintendente regional do Trabalho e Emprego, Luiz Antonio de Medeiros. “Nós fomos à reunião, mas o Metrô mandou apenas um advogado, que não fez nenhuma proposta nova. Por enquanto seguimos de greve até a próxima audiência no TRT”, disse o presidente do sindicato dos metroviários, Altino Melo Prazeres Júnior.

Segundo Altino, a categoria não aceitará uma proposta com reajuste inferior a dois dígitos, ou seja, menos de 10%. Os metroviários reivindicam 16,5% de reajuste salarial. “Espero que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) pense e, até a hora da assembleia, faça uma proposta possível de aceitarmos. Menos de dois dígitos não dá. Fora isso, há outros fatores a serem negociados.”

O presidente do Metrô, Luiz Antonio de Carvalho Pacheco, afirmou, após a reunião de ontem, que a companhia não consegue atingir o índice solicitado pelos metroviários. Segundo Pacheco, o reajuste de 8,7%, somado ao dos vales refeição e alimentação, representa um aumento total de 10% a 13%.

“O sindicato quer também outras cláusulas sociais e o Metrô avançou naquilo que é possível avançar. Começamos com uma proposta de 5,2%, elevamos para 7,8% e chegamos a 8,7%. Concordamos em fazer aumento dos vales alimentação e refeição”, destacou Pacheco.

Catraca livre

O presidente do sindicato disse ainda que a categoria concordaria em não fazer a greve, caso o governo estadual aceite liberar a catraca. “O governo está colocando que não quer ter prejuízo, mas, de alguma forma, o Metrô vai parar." Ele alertou que, mesmo com número reduzido de funcionários trabalhando, o Metrô terá problemas. A greve será feita por tempo indeterminado e os trabalhadores farão assembleias todas as noites para decidir a continuidade. 

Sobre a possibilidade de liberar as catracas, o presidente do Metrô,  ressaltou que não há sentido em fazer isso porque a bilhetagem é a única fonte de receita do Metrô. Ele disse que a liberação das catracas geraria prejuízo não só para o Metrô, mas também para os funcionários. “O Estado de São Paulo investe R$ 5 bilhões por ano na expansão, e o Metrô faz a operação por meio da venda dos bilhetes. Se estamos negociando melhores condições salariais, é um contrassenso perder receita."

O Sindicato dos Metroviários de São Paulo representa os funcionários do Metrô nas linhas 1, 2, 3 e 5 da capital paulista e aprovou a greve em assembleia no último dia 27. 

Fonte: Terra
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