SP: bêbado, pai causa acidente que mata a própria filha
Sem o cinto de segurança para prender a cadeirinha, a menina foi jogada para frente do veículo e bateu a cabeça no painel
Um motorista bêbado causou um acidente que matou sua própria filha, de cinco anos de idade, que estava no carro, na noite de domingo, em uma estrada de terra do município de Álvares Machado, no interior de São Paulo.
O mecânico Rogério da Silva Carvalhães, de 35 anos, voltava da tarde de lazer na prainha do rio Jaracatiá, onde fora se banhar com a filha e um amigo, quando perdeu o controle do carro, um Fiat Pálio, que bateu em barranco da estrada Severiano Mendes, no bairro Vela Vista, e capotou.
Sem o cinto de segurança para prender a cadeirinha, a menina foi jogada para frente do veículo, batendo a cabeça no painel do carro. Carvalhães percebeu que a menina tinha enrolado a língua e tentou socorrê-la. Mas, ao chegar à Santa Casa da cidade, a menina morreu.
“Possivelmente, essa menina poderia ter sido salva, talvez apenas com ferimentos leves, se o pai tivesse colocado cinto nela”, afirmou o sargento Carlos Roberto Martins, da PM de Álvares Machado. “Foi um acidente, o pai está pagando muito caro pelo erro, mas que sirva para que outros motoristas não deixam seus acompanhantes sem o cinto de segurança”, completou. O amigo de Carvalhães, Sebastião Nicoletti, foi socorrido ao Hospital Regional, de Presidente Prudente, mas fora de perigo.
Na Delegacia, os policiais constataram que o limite de dosagem alcoólica de Carvalhães era 0,48 mg/l, acima do permitido por lei. O delegado plantonista Pablo França, que atendeu a ocorrência determinou a prisão em flagrante de Carvalhães por homicídio doloso, “não obstante de que o resultado grave já é a principal pena que o pai poderá carregar”.
Dentro do carro, os policiais encontraram latinha de cerveja e caixas de som soltas, nas quais a criança podem ter batido a cabeça. O também apresentava problemas de freio e câmbio. Mesmo assim, em depoimento, o motorista afirmou que estava a mais ou menos 100 km/h na estrada, de terra fofa, quando o veículo não respondeu mais aos seus comandos, indo bater no barranco e a capotar em seguida.
Com “voz pastosa, odor etílico e dificuldade de expressão”, Carvalhães contou ao delegado que passou cerca de cinco horas se banhando no rio, período em que tomou algumas cervejas. Ao ter a prisão anunciada, disse que seria melhor ir para cadeia, pois se considerava culpado pela morte da filha e que se saísse em liberdade poderia ser linchado por moradores que estavam do lado de fora da delegacia.