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SP: com acordo entre polícia e OAB, beagles devolvidos irão para ONGs

29 out 2013 - 22h29
(atualizado às 22h29)
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Um acordo firmado nesta terça-feira entre a Polícia Civil de São Paulo e a Comissão de Proteção aos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) vai obrigar que os cães da raça beagle resgatados do Instituto Royal que forem devolvidos à polícia sejam enviados a três organizações não governamentais (ONGs) que cuidam de animais. Segundo o delegado seccional de Sorocaba, Marcelo Carriel, as pessoas que levarem os cães até a Delegacia de Investigações Gerais (DIG), vão prestar esclarecimentos sobre como encontraram os animais. As informações são do TEM Notícias 2ª Edição.

Você sabia: por que os beagles são usados em pesquisas de medicamentos?

As ONGs que receberem os beagles vão assinar um termo de responsabilidade para que os cães sejam mantidos sob cuidados enquanto as investigações continuarem. A polícia informou ainda que quem encontrar um dos cachorros deve agendar um horário na DIG para a entrega. Em nota, o Instituto Royal afirmou que não foi notificado do acordo. 

Ativistas retiram animais de instituto
Ativistas invadiram, por volta das 2h de 18 de outubro de 2013, a sede do Instituto Royal, em São Roque, no interior de São Paulo, para o resgate de cães da raça beagle que seriam usados em pesquisas científicas. Mais tarde, coelhos também foram retirados do local. Cerca de 150 pessoas participaram da invasão. Ao todo, 178 cães foram retirados do instituto. O centro de pesquisas era alvo de frequentes protestos de organizações pelos direitos dos animais.

Os beagles são usados por ter menos variações genéticas, o que torna os resultados dos testes mais exatos. Apesar de os ativistas relatarem diversas irregularidades, perícia feita no Instituto Royal não constatou indícios de maus-tratos aos animais. No dia seguinte à invasão, um novo protesto terminou em confronto entre policiais militares e manifestantes e provocou a interdição da rodovia Raposo Tavares. Quatro pessoas foram detidas.

Em nota, o Instituto Royal refutou as alegações dos manifestantes. "O instituto não maltrata e nunca maltratou animais, razão pela qual nega veementemente as infundadas e levianas acusações de maltrato a seus cães. Sobre esse ponto, o instituto lamenta que alguns de seus cães, furtados na madrugada da última sexta-feira, estejam sendo abandonados", diz a nota, acrescentando que todas as atividades desenvolvidas no local são acompanhadas por órgãos de fiscalização.

Segundo o instituto, a invasão de sua sede constituiu um "ato de grave violência, com sérios prejuízos para a sociedade brasileira, pois dificulta o desenvolvimento de pesquisa científica no ramo da saúde". A invasão ao local, de acordo com a posição do Royal, provocou a perda de pesquisas e de um patrimônio genético que levou mais de dez anos para ser reunido. O instituto também informou que os animais levados durante a invasão, quando recuperados, serão recolhidos e receberão o tratamento veterinário adequado, podendo ser colocados para adoção.

Marcelo Morales, coordenador do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea) - órgão responsável pela fiscalização do setor -, afirmou que nenhum animal retirado do laboratório sofria maus-tratos ou tinha mutilações. De acordo com o médico, o instituto era acompanhado pelo Concea, ligado aos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação e da Saúde, nos testes para medicamentos coadjuvantes na cura do câncer, além de antibióticos e fitoterápicos da flora brasileira, feitos a partir de moléculas descobertas por brasileiros. "Milhões de reais foram jogados no lixo e anos de pesquisas para o benefício dos brasileiros e dos animais também foram perdidos", disse o pesquisador.

Fonte: Terra
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