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SP: coração de padre é encontrado intacto 7 anos após morte

Corpo de Ângelo Angioni foi exumado na cidade de José Bonifácio para processo de beatificação

8 jun 2015 - 19h57
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Ao fazer a exumação do corpo do padre Ângelo Angioni para iniciar o processo de beatificação e canonização do religioso, dois postuladores de Roma se surpreenderam ao constatar que o coração do padre ainda estava intacto, apesar de ele ter morrido havia sete anos. Segundo os peritos, o corpo de uma pessoa se decompõe em dois anos, quando sobram apenas ossos, cabelos, dentes e unhas. Os órgãos, como coração, não resistem a dois meses, mas no caso do padre, o coração ainda continuava intacto.

Coração do padre Ângelo Angioni após exumação
Coração do padre Ângelo Angioni após exumação
Foto: Chico Siqueira / Especial para Terra

“Foi surpreendente, é um fenômeno raro, a preservação de partes do corpo tem vários motivos, é um fato natural que pode acontecer com qualquer pessoa. Neste caso, vai servir de estímulo para que os fiéis orem mais e peçam graças, elevando o padre, que é uma figura venerada na região”, comentou Paulo Villota, um dos postuladores que vieram de Roma para dar início aos trabalhos de beatificação. “Foi emocionante quando o postulador, ao abrir as costelas, constatou que o coração ainda estava intacto”, contou o padre Mauro Ziatti, que acompanhou a exumação.

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Os restos mortais foram apresentados na noite deste domingo, na Igreja São João Batista, a Matriz de José Bonifácio, cidade do interior paulista, na região de São José do Rio Preto. O coração, ainda na sua forma original, chamou atenção dos fiéis que fizeram fotos. A missa, celebrada pelo bispo Dom Tomé Ferreira da Silva, deu início oficial aos trabalhos de beatificação e canonização do padre. Centenas de moradores lotaram a igreja, fazendo outras centenas de pessoas acompanharem a celebração do lado de fora.

O padre, que nasceu na Itália em 1915, foi ordenado aos 23 anos e chegou ao Brasil em 1951, se estabelecendo em José Bonifácio, onde permaneceu por seis décadas e é visto como um santo. Seu jazigo, na Igreja Matriz da cidade, recebe visitas constantes de pessoas que pedem milagres. Uma delas foi o aposentado Antônio César Barbiere, de 65 anos, que chora ao lembrar que corria o risco de perder o pé, contaminado por uma ferida.

“Eu pisei descalço em uma pedra, que furou meu pé. Sou portador de diabetes e essa ferida não sarava de jeito nenhum, mesmo com tantos remédios que eu usava. Um dia vim aqui no jazigo, tirei os sapatos, a meia, coloquei o pé e pedi para que ele curasse minha ferida. Depois de dez dias, o corte se fechou e nunca mais tive qualquer problema”, contou Barbiere, para quem a cura da ferida foi um milagre proporcionado pela intercessão de Monsenhor Ângelo, como o padre foi conhecido na cidade.

Os mais velhos lembram com carinho da figura do padre. “Ele era uma pessoa carinhosa, tinha muita simplicidade, dava conselhos e procurava sempre o entendimento entre as pessoas”, lembrou Dirce Marzochi, que trabalhou na paróquia com o padre por mais de 30 anos. “Eu não tenho qualquer dúvida de que ele é um santo”, afirmou.

“Agora começa o trabalho mais difícil, que é a pesquisa da história de suas realizações em vida e análises de suas obras, de seus documentos, para se comprovar suas virtudes teologais de fé, de esperança, da realidade vivida e assumida por ele no grau daquilo que é acima do normal”, comentou o bispo de São José do Rio Preto, Dom Tomé Ferreira da Silva, ao explicar que a população terá uma participação importante ao recolher documentos que comprovem a história de vida do padre. Para o padre ser beatificado e canonizado é preciso comprovar ao Vaticano a realização de ao menos dois milagres intercedidos pelo padre. Um Tribunal Eclesiástico vai recolher as notícias de milagres atribuídos ao padre para embasar o processo de beatificação e canonização do religioso.

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Fonte: Especial para Terra
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