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SP: demissões no Metrô vão 'incendiar' greve, diz sindicato

9 jun 2014 - 11h11
(atualizado às 15h12)
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Presidente do sindicato disse que aceita negociar mais uma vez sobre o aumento de salário
Presidente do sindicato disse que aceita negociar mais uma vez sobre o aumento de salário
Foto: Bruno Santos / Terra

O presidente do Sindicato dos metroviários de São Paulo, Altino de Melo Prazeres, disse que eventuais demissões por parte do governo deverão “incendiar” o movimento grevista, que está de braços cruzados desde a última quinta-feira. “Ouvi dizer em 60 demissões. Se isso ocorrer, ao invés de melhorar vai é piorar a situação. Se confirmarem essas demissões, vai incendiar os trabalhadores”, disse.

Após serem expulsos no início da manhã da rua Vergueiro, em frente à estação Ana Rosa, os grevistas marcharam até a Praça da Sé, onde se encontraram com outros movimentos sociais, como sindicatos e o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). De lá, o grupo partiria para a sede da Secretaria do Transportes Metropolitanos, para tentar negociar com o secretário Jurandir Fernandes.

“Vamos atrás do governo para resolver o problema. Não queremos prorrogar o protesto até a Copa, essa nunca foi a nossa intenção. Agora resta saber se o governo quer negociar”, disse Altino. De acordo com o sindicalista, caso o governo ofereça uma proposta de aumento salarial em torno de 11%, essa proposta poderia até ser analisada pelo sindicato. A proposta atual do governo é de 8,7%.

Para o presidente do sindicato, tudo depende do governo para que a greve termine antes da Copa do Mundo, que terá a sua partida inicial em São Paulo, na próxima quinta. “Sou torcedor e não quero prejudicar a Copa. Gosto do Neymar, sou santista e torço para que dê tudo certo”, disse.

Detidos

No inicio da manhã, manifestantes foram detidos dentro da estação Ana Rosa do metrô, em situação semelhante à registrada na semana passada, quando a Tropa de Choque invadiu a estação e expulsou os manifestantes. “Mais de 100 companheiros entraram para conversar com os supervisores, chegamos lá e os companheiros supervisores foram embora. O Comandante da PM disse que iria deixar a gente sair, mas usaram bomba de efeito moral para afastar a imprensa e nos impediram de sair. Felizmente, existem outras saídas na estação, mas 13 ficaram e foram detidos", falou.

De acordo com o sindicalista, os grevistas detidos foram liberados logo em seguida. Mas, segundo ele, a PM agiu com truculência em alguns momentos. “Nossa advogada pediu para acompanhar, mas foi impedida pela PM. Tivemos um direito básico negado”, falou.

Às 13h, os sindicalistas se reúnem mais uma vez em assembleia para tentar definir o futuro das paralisações . 

Metroviário bate-boca com policiais durante confusão em estação:

Categoria mantém paralisação

No domingo, os metroviários de São Paulo decidiram, em assembleia, manter a paralisaçao, mesmo após a Justiça considerar abusiva a greve da categoria, que desde quinta-feira paralisou o funcionamento do Metrô na cidade de São Paulo. Uma nova assembleia está marcada para hoje, às 13h, na sede do sindicato.

Hoje, manifestantes fizeram protesto na estação Ana Rosa. Eles bloquearam uma via em frente à estação e foram dispersados pelo menos três vezes pela PM. Os ativistas seguiram em marcha em direção à praça da Sé.

Justiça decide contra sindicato

Segundo o desembargador Rafael Pugliese, relator do processo, "não houve atendimento mínimo à população, gerando grande transtorno, inclusive, no âmbito da segurança pública”. O tribunal decidiu ainda pela manutenção do pagamento da multa diária de R$ 100 mil pela paralisação ao Sindicato dos Metroviários em São Paulo, que será revertida ao Hospital do Câncer. 

Os desembargadores também decidiram que, caso os trabalhadores mantenham a greve, o sindicato deve pagar multa de R$ 500 mil por dia a partir desta segunda-feira. O julgamento concluiu pela autorização do desconto pelos dias parados, além de não assegurar a estabilidade dos grevistas.

A Justiça determinou o reajuste salarial da categoria em 8,7%, última proposta feita pelo Metrô. O colegiado estabeleceu ainda o valor do vale-alimentação mensal para R$ 290 mais parcela extra anual; e o vale-refeição diário para R$ 669,16. Outra definição importante do julgamento refere-se ao piso salarial dos engenheiros, no valor de R$ 6.154. 

Governo: não tem mais discussão

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), falou no domingo sobre a manutenção da greve dos metroviários, após o Tribunal Regional do Trabalho considerar a paralisação abusiva. "Agora não tem mais discussão, a greve é abusiva", disse.

Ele pediu que os funcionários da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) voltem ao trabalho, sob risco de demissão por justa causa. "Faço uma convocação para que os metroviários voltem, inclusive pelo direito de trabalhar dos 5 milhões que dependem do metrô para se locomover. Quem (metroviário) não for trabalhar tem posibilidade de (demissão por) justa causa."

“Hoje, o Tribunal Regional do Trabalho decidiu, por unanimidade, que a greve é abusiva. Ela é totalmente ilegal. É importante deixar claro que a decisão judicial já ocorreu e o índice de reajuste salarial foi definido pelo dissídio”, afirmou Alckmin.

Foto: Arte / Terra

Fonte: Terra
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