SP: dupla suspeita de ameaça de massacre em escola é identificada e diz ter sido ‘brincadeira’
Foi publicado um vídeo ameaçando a região e um dos suspeitos comentou que o local do ataque já estava marcado
Uma dupla suspeita de ameaçar cometer um massacre em uma escola de Santos, litoral de São Paulo, foi identificada pela Polícia Civil. Em depoimento, os jovens, de 16 e 19 anos, alegaram que não tinham a intenção de promover um ataque e que tudo não se passava de uma brincadeira.
As ameaças foram feitas a partir de um vídeo, publicado nas redes sociais. Ao Terra, a delegada Deborah Perez Lazaro, responsável pela ocorrência, explicou que o suspeito menor de idade disse ter pedido para que um colega da Colômbia gravasse um vídeo ameaçando “o pessoal da Baixada Santista”, afirmando que aconteceria um massacre em Santos.
A gravação, publicada no perfil de Facebook do adolescente na última terça-feira, 28, recebeu diversos comentários e reações. O vídeo não citava nenhum lugar, em específico. Até que o outro suspeito pela ameaça, o maior de idade, comentou: “Primeiro lugar já ‘tá’ marcado, se prepara Primo Ferreira”.
O adolescente que publicou o conteúdo e o homem que comentou passaram a ser investigados pela ameaça à Escola Estadual Professor Primo Ferreira. O menor de idade é aluno da instituição. Já o maior, ex-aluno.
Na ocorrência também há registro de um tweet que dizia: “Eu ainda vou aparecer no jornal. Não vai demorar muito, pode ter certeza”. A polícia não confirmou qual dos suspeitos fez a publicação.
Denúncia anônima
A escola recebeu uma denúncia anônima, por meio de telefone, avisando sobre a suposta ameaça. A vice-diretora da unidade alertou a Polícia Civil sobre o ocorrido e, após abertura de um boletim de ocorrência, a dupla foi identificada no dia seguinte, quarta-feira, 29.
Eles deram seus depoimentos na delegacia e tiveram seus telefones celulares apreendidos. Por envolver um menor de idade, a ocorrência foi encaminhada à Vara da Infância e da Juventude. A expectativa é de que, nos próximos dias, as investigações tenham sequência por meio da Delegacia da Infância e Juventude (Diju) de Santos.
Até o momento, os suspeitos seguem liberados. A Secretaria de Educação e a Polícia Civil não informaram se o menor de idade, matriculado na escola ameaçada, segue com a matrícula ativa e frequentando as aulas.
Um dia após o massacre na Vila Sônia
O vídeo com a ameaça à escola de Santos foi publicado na última terça-feira, 28, um dia após o ataque na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, em São Paulo. Na ocasião, um adolescente de 13 anos matou uma professora a facadas e feriu outras quatro pessoas.
Apesar da proximidade de datas, os dois suspeitos afirmaram à polícia que não há relação entre as publicações e o ocorrido. “ Mas tudo isso precisa ser melhor esclarecido e investigado. É preciso saber quem é esse colega do menor que seria o ‘colombiano’. A investigação tem que ser bem concisa e completa, porque a ameaça pode se concretizar”, ressalta a delegada.
'Escuta ativa e mediação'
Ao Terra, a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo confirmou que a escola E.E. Professor Primo Ferreira registrou um boletim de ocorrência e que o caso foi inserido na Plataforma Conviva - Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar.
“A Diretoria de Ensino de Santos e a unidade escolar estão à disposição da comunidade escolar. A Seduc ressalta que as escolas da rede estadual estão atentas aos comportamentos dos estudantes, atuando com a escuta ativa e mediação, buscando solucionar os conflitos identificados”, complementa, em nota.