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SP: em protesto, MPL queima catraca em frente a terminal na zona sul

Manifestantes pedem retorno de 13 linhas desativadas por empresas de transporte público

24 out 2013 - 20h01
(atualizado às 22h58)
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Manifestantes ateam fogo em catraca durante protesto contra o terminal Campo Limpo
Manifestantes ateam fogo em catraca durante protesto contra o terminal Campo Limpo
Foto: Dario Oliveira / Futura Press

Após uma passeata de aproximadamente cinco quilômetros, manifestantes e militantes do Movimento Passe Livre (MPL) queimaram uma catraca em frente ao terminal de ônibus Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, nesta quinta-feira. Os manifestantes tentaram entrar no terminal mas, com a negativa dos administradores, resolveram fazer um ato do lado de fora. 

Até as 21h, não havia registro de conflito com a polícia. Antes mesmo de os ativistas chegarem ao terminal, todos os ônibus e passageiros foram retirados do local, e os portões, fechados.

O movimento pede o retorno de 13 de linhas que ligavam diretamente o bairro ao centro da cidade e que foram retiradas pela prefeitura do itinerário em 2012. De acordo com o MPL, as linhas não eram lucrativas para as empresas e, por isso, não circulam mais. 

Os manifestantes dizem ainda que a inauguração do terminal trouxe mais problemas aos usuários. Segundo eles, agora é necessário fazer baldeações - em vez de seguir diretamente para o centro da cidade, pelas antigas linhas.

A manifestação teve a participação de dezenas de pessoas, ocupou todas as faixas da avenida Jorge Amado, na zona sul, e causou um grande congestionamento. O ato fez parte da Semana Nacional de Luta pelo Passe Livre.

Amanhã, os ativistas farão manifestação na avenida Paulista pedindo tarifa zero no transporte coletivo. Também amanhã, às 14h, a diretora de Planejamento da SPTrans, Ana Odila de Paiva Souza, concede entrevista coletiva para falar sobre a reorganização de linhas de ônibus no sistema de transporte público municipal de São Paulo.

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Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus. A mobilização surtiu efeito e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas – o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritiba,

SalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. "Essas vozes precisam ser ouvidas", disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Agência Brasil Agência Brasil
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