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SP: entre caos, médicos voluntários improvisam para atender feridos

Voluntários fizeram uma "corrente humana" para defender àrea de ataques na região da prefeitura de SP

19 jun 2013 - 06h44
(atualizado às 19h18)
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Maioria do grupo é composta por infectologistas e médicos da família da USP
Maioria do grupo é composta por infectologistas e médicos da família da USP
Foto: Vagner Magalhães / Terra

Um grupo formado por pelo menos 10 médicos e 4 estudantes de medicina de São Paulo se organizou para atender aos eventuais feridos que se pudessem se machucar durante a manifestação, realizada na noite de terça-feira (18), em São Paulo. Mas a manifestação, que começou pacífica em frente à Catedral da Sé, terminou em tumulto e um clima de pânico ao redor da Prefeitura de São Paulo, onde vândalos tentaram invadir a sede do governo municipal e realizaram saques por toda a região.

Embora a maioria dos manifestantes tenha prosseguido para a avenida Paulista, quem ficou no Viaduto do Chá se deparou com um cenário de guerra. Mas, mesmo diante do clima de tensão, os médicos permaneceram no local por cerca de três horas, em uma espécie de pronto-socorro improvisado. Apenas na primeira hora de protesto no local, mais de 10 pessoas foram socorridas com ferimentos leves, a maioria vítima de pedradas, estilhaços de vidros das janelas da prefeitura, cortes provocados por queda e reações ao spray de pimenta usado pela Guarda Civil Metropolitana para tentar proteger o Palácio do Anhangabaú.

"Nós apoiamos a manifestação, mas de forma pacífica. Nos organizamos para dar atendimento no maior número possível de pontos e onde houver bastante gente. Mas aqui são só os socorros básicos", disse a médica infectologista Denize Ornelas, 32 anos, uma das líderes do grupo.

Em sua maioria composto por infectologistas e médicos da família da USP, o grupo levou materiais de primeiros-socorros por conta própria, mas deixou claro que casos mais graves deveriam ser atendidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

"Nós montamos um grupo de comunicadores para acionar as ambulâncias em casos graves. Isso é dever do Estado", completou Denize.

Médicos voluntários improvisam para atender feridos:

Um dos primeiros atendidos foi um idoso, com idade na faixa de 70 anos, que desmaiou ao se assustar com o barulho de um explosivo disparado por manifestantes no local. Após o socorro, os médicos descartaram a possibilidade de um ataque cardíaco e liberaram o homem após acalmá-lo.

Os médicos permaneceram heroicamente no local por cerca de três horas, fazendo uma espécie de cordão humano para tentar proteger o local para atendimentos aos feridos, ao lado de uma banca de revista. O grupo só deixou a região após cerca de três horas, quando se viu sem nenhuma proteção policial - não havia policiais militares na região durante quase todo o período do tumulto no Viaduto do Chá - e em meio a grupos de pessoas que já se atacavam umas às outras nas ruas.

Fonte: Terra
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