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SP: ex-moradores da Cracolândia são contratados por empresa

“Se minha vida mudou? Eu não moro mais na rua”, diz beneficiada; 16 dependentes químicos atendidos pelo programa Braços Abertos, da Prefeitura de São Paulo, terão emprego com carteira assinada

5 ago 2014 - 18h34
(atualizado às 21h25)
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<p>Ieda Santos da Silva &eacute; um das&nbsp;benefici&aacute;rias do programa Bra&ccedil;os Abertos, da Prefeitura de S&atilde;o Paulo</p>
Ieda Santos da Silva é um das beneficiárias do programa Braços Abertos, da Prefeitura de São Paulo
Foto: Débora Melo / Terra

Ieda Santos da Silva, 56 anos, abre um sorriso largo antes de começar a responder as perguntas da repórter. “Se minha vida mudou? Eu não moro mais na rua. Não uso mais o tanto de droga que eu usava e estou trabalhando”, conta ela, que está entre os 16 primeiros beneficiários do programa Braços Abertos, da Prefeitura de São Paulo, a serem contratados formalmente por uma empresa parceira.

O programa, lançado no dia 14 de janeiro deste ano, é voltado a dependentes químicos da região conhecida como Cracolândia, no centro de São Paulo. Ao oferecer emprego (R$ 15 por dia pelo trabalho de varrição), moradia, alimentação e tratamento de saúde, o programa visa a ressocialização e o resgate da dignidade dos usuários.

Haddad com os 16 benefeciários do programa Braços Abertos que conseguiram um emprego formal
Haddad com os 16 benefeciários do programa Braços Abertos que conseguiram um emprego formal
Foto: Débora Melo / Terra

Agora, dos 420 beneficiários do programa Braços Abertos, 16 foram selecionados para ter um emprego formal, com registro em carteira. Além do salário de R$ 820 por mês, eles receberão cesta básica de R$ 81,33, vale-refeição de R$ 9 por dia e vale-transporte - o tratamento no Centro de Referência Psicossocial Álcool e Drogas (Caps) também vai continuar. Esses 16 beneficiários foram contratados pela empresa Guima Conseco, que já presta serviços para a prefeitura, para atuar nas equipes de limpeza dos Centros de Referência e Assistência Social (CRAs). E o trabalho já começa amanhã.

“Estou muito feliz. Esse programa me fez ter coragem, e hoje eu só penso nos meus filhos. Quero trabalhar, progredir, ter dinheiro, levar meus filhos para passear”, diz Ieda. Ela conta que nunca teve um emprego formal e começou a usar drogas muito cedo, quando ainda era uma criança, tanto que passou diversas vezes pela antiga Febem (hoje Fundação Casa). Agora, ela só pensa em poder voltar a morar com os filhos de 19 e 20 anos de idade.

Entrega das carteiras

A cerimônia de entrega das carteiras de trabalho assinadas foi realizada na tarde desta terça-feira na prefeitura e contou com a presença da secretária municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Luciana Temer, e do prefeito Fernando Haddad (PT).

“Tenho segurança de que estamos no caminho certo. Não queiram saber a oposição que ainda sofremos. Mas vocês são a prova de que estamos no caminho da superação”, disse Haddad aos 16 novos empregados. “Vocês hoje são um pelotão de esperança para muitos que estão sofrendo. Têm uma responsabilidade a mais, não apenas a do contrato de trabalho que assinaram”, continuou o prefeito.

O também dependente químico Elenildo Luciano Cavalcanti, eleito representante do grupo, fez questão de agradecer a oportunidade. “Foi difícil, foi duro. Foi com muita força e determinação que chegamos aqui. Quando o prefeito Fernando Haddad resolveu dar uma oportunidade para a gente, muitos disseram que a gente não tinha jeito. Por isso eu quero agradecer a confiança”, disse Cavalcanti, emocionando as assistentes sociais que acompanharam a cerimônia.

Fonte: Terra
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