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SP: Jovem de 17 anos morre após ser baleada por GCM durante perseguição

Namorado da vítima afirma que agentes começaram a persegui-los sem qualquer aviso prévio e que, assustado, casal decidiu fugir

28 ago 2024 - 14h03
(atualizado às 14h58)
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Camilly Pereira de Lima, de 17 anos
Camilly Pereira de Lima, de 17 anos
Foto: Reprodução/SP2

A jovem Camilly Pereira de Lima, de 17 anos, morreu após ser baleada por um agente da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Ela estava na garupa de uma moto, que foi perseguida pelos GCMs no Capão Redondo, na Zona Sul de São Paulo, na noite da última sexta-feira, 23. O caso é investigado pela Polícia Civil. 

Segundo a Secretaria de Segurança Pública informou ao Terra, GCMs afirmaram em depoimento que estavam em patrulhamento na região, quando suspeitaram de diversas motocicletas que passavam pelo local. Os guardas afirmaram que ouviram barulhos semelhantes a disparos de arma de fogo e um dos agentes atirou.

A versão do namorado da vítima, no entanto, contradiz as alegações dos guardas municipais. Ao SP2, telejornal da TV Globo, Vinicius Caetano, que estava pilotando a moto, afirmou que ele e a namorada voltavam da hamburgueria onde ele trabalha, localizada no Parque Fernanda, Zona Sul, quando ocorreu a perseguição. Era por volta de meia-noite.

As imagens das câmeras de segurança mostram que ambos estavam sem capacete. Um carro aparece logo atrás deles. Vinicius afirma que os agentes começaram a persegui-los sem qualquer aviso prévio. Assustados, o casal decidiu fugir.

Ao se preparar para entrar em uma viela, Vinicius ouviu o som de um disparo, que atingiu Camilly. Ele relatou que, ao subir a viela, a namorada caiu da moto. Também ao SP2, o jovem afirmou que em nenhum momento esteve acompanhado por outros motociclistas e que, após o disparo, os guardas civis metropolitanos viram a adolescente caída na rua, mas se afastaram do local.

"Eu subi a viela. Quando cheguei ali, eles dispararam. Quando eles fizeram o disparo, ela avisou: 'Amor, tomei um tiro'. Viram ela caída e eu pedindo socorro, passaram devagar, olhando, depois aceleraram e foram [embora]", relatou o namorado da vítima ao telejornal. 

A adolescente atingida foi socorrida à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Embu das Artes, mas não resistiu. A arma do GCM, de 35 anos, foi apreendida e ele chegou a ser preso em flagrante por homicídio culposo, mas foi liberado após pagar fiança.

"Com base nos elementos analisados pela autoridade policial, foi arbitrada fiança e ele foi liberado, de acordo com o artigo 322 do Código de Processo Penal para casos em que a pena seja inferior a quatro anos", informou a SSP ao Terra.

O caso foi registrado como homicídio culposo pelo 47° DP (Capão Redondo). O inquérito policial foi relatado na mesma data e está sendo analisado pelo Poder Judiciário.

Abalado, o pai da vítima afirmou que a família vai acompanhar as investigações.

"Ele [GCM] atirou pelas costas. O rapaz e ela não ofereciam risco nenhum a eles. Estavam em quatro [guardas] na viatura, sem sentido. E outra, não é o trabalho deles fazer isso. Eles poderiam o quê? Perseguir, não atirar", disse Sidney dos Santos Lima ao SP2.

O que diz a prefeitura 

Em nota, a Secretaria Municipal de Segurança Urbana lamentou a morte da jovem e informou que solicitou o afastamento do agente ao tomar conhecimento da ocorrência. A Corregedoria Geral da corporação já iniciou a apuração dos fatos.

"A SMSU ressalta que a GCM atua de acordo com as previsões constitucionais da Lei nº 13.022/2014 e que suas ações são pautadas pelo respeito e a dignidade da pessoa humana e não compactua com quaisquer condutas que violem estes princípios", acrescenta a pasta.

Fonte: Redação Terra
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