SP: jovem diz que polícia o pressionou a cancelar 'rolezinho'
Um jovem de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, disse ter sido pressionado pela Polícia Civil a cancelar um "rolezinho" marcado para a tarde deste sábado no shopping Santa Úrsula. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a versão se espalhou pelas redes sociais, gerando críticas à polícia. De acordo com Vinícius Cassiano, 18 anos, ele foi procurado pelo delegado Haroldo Chaud, que teria dito ao jovem que ele era investigado por incitação ao crime.
Vinícius, que é um dos administradores do "rolezinho", disse ainda que o delegado falou que ele seria responsabilizado caso algo, incluindo homicídio, fosse registrado. "Me senti pressionado. Estava dentro de uma sala com dois delegados e seis representantes do shopping, que estavam à vontade, como se estivessem em casa (...). Perguntaram se faço parte de algum grupo terrorista", disse o jovem
O delegado Chaud, que entrou de férias ontem, afirmou em nota que fez apenas um convite a Cassiano para prestar esclarecimentos após o shopping registrar boletim de ocorrência. O policial negou também que representantes do empreendimento tenham participado da conversa.
Em nota, o Santa Úrsula disse que nenhum de seus representantes acompanhou o depoimento e que informou a polícia sobre o "rolezinho" porque o evento poderia afetar o bem-estar de clientes e lojistas.
A suposta represália ao movimento provocou reação imediata. Outros jovens decidiram remarcar o "rolezinho" como forma de protesto. "Vamo cola tumultando a porra toda, curtindo uns funk e pegando geral!", diz o novo convite feito na rede, criado ontem e com presença confirmada de 84 pessoas --no primeiro ato, eram 58, segundo o jornal.