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SP: jovem é baleado por PM durante protesto contra a Copa do Mundo

26 jan 2014 - 15h40
(atualizado às 15h46)
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<p>Manifestantes incendiaram uma lixeira, e o fogo acabou atingindo um Fusca, que ficou totalmente destruído</p>
Manifestantes incendiaram uma lixeira, e o fogo acabou atingindo um Fusca, que ficou totalmente destruído
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

Um jovem de 22 anos foi baleado na área central de São Paulo na noite deste sábado durante o protesto contra a Copa do Mundo no Brasil. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP), o rapaz foi atingido ao resistir à prisão e tentar esfaquear um policial militar.

O manifestante estava acompanhado de outro homem, de 25 anos, quando foram abordados por uma equipe em patrulhamento na rua da Consolação. O mais novo tentou fugir e foi contido. Segundo a SSP, em sua mochila foram encontrados artefatos explosivos feitos em lata de cerveja.

Durante a abordagem, o suspeito fugiu ao usar um estilete contra os policiais. Conforme a SSP, na rua Sabará, o rapaz investiu contra um dos PMs que havia perdido o equilíbrio no desnível da calçada. Nesse momento, os policiais atiraram e o jovem caiu no chão. Porém, se levantou e tentou fugir novamente, parando logo depois.

Ferido no ombro direito e na parte interna da coxa esquerda, o rapaz foi conduzido ao Pronto-Socorro da Santa Casa de São Paulo, onde foi operado e permaneceu internado. Um dos policiais sofreu uma torção no braço ao ser contido pelo manifestante e também precisou ser socorrido ao pronto-socorro. 

Foi registrado boletim de ocorrência por resistência à prisão, lesão corporal e desobediência na 4ª Delegacia de Polícia (Consolação).

Detidos liberados

A SSP divulgou neste domingo um boletim atualizado onde informa que 135 pessoas - 123 eram adultos e 12 adolescentes - foram detidas no protesto na noite de ontem por dano, localização e apreensão de objetos, lesão corporal, resistência, porte de arma, porte de droga , dano qualificado e furto. Todos já foram liberados.

O protesto acabou com três agências bancárias e uma viatura da Guarda Civil Metropolitana destruídos e um Fusca incendiado. Ao todo, foram registradas 13 ocorrências: nove boletins de ocorrência e quatro termos circunstanciados. 

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido. 

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus. A mobilização surtiu efeito e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas – o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritiba,SalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. "Essas vozes precisam ser ouvidas", disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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