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SP: manifestantes contra a Copa entram em confronto com PM

Jornalistas da CNN ficaram feridas e foram socorridas por equipe de resgate

12 jun 2014 - 10h26
(atualizado às 16h11)
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<p>Jornalista da CNN ficou ferida durante o confronto</p>
Jornalista da CNN ficou ferida durante o confronto
Foto: Alan Morici / Terra

A Polícia Militar de São Paulo entrou em confronto com um grupo de manifestantes em um ato contra a Copa do Mundo na manhã desta quinta-feira, na zona leste de São Paulo. Os manifestantes estavam reunidos na rua Melo Freire, no Carrão, quando tentaram invadir a radial leste, principal via de acesso para a Arena Corinthians, palco da abertura da Copa do Mundo nesta quinta.

Homens da Tropa de Choque avançaram e dispersaram os manifestantes com balas de borracha,  bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral. Com gritos de "Bem-vindos Brasil" e "Polícia Fascista", os manifestantes ofereceram resistências, mas acabaram se dispersando em poucos minutos pela rua Apucarana.

Uma repórter e uma produtora da CNN e o cinegrafista do SBT Douglas Barbieri ficaram feridos durante o confronto. A repórter estrangeira, identificada como Shasta Darlington, e a produtora Barbara Arvanitidis foram socorridas por equipes do resgate. Barbara estava sangrando no braço e passando mal por causa das bombas que foram arremessadas.

Veja momento em que repórter da CNN é atingida em protesto:

Quando a jornalista caiu ferida, manifestantes fizeram um cordão de isolamento e pediram socorro médico. Neste momento, policiais começaram a jogar mais bombas em direção ao grupo. Algumas das bombas foram arremessadas inclusive para dentro de prédios. Moradores chegaram a esboçar um protesto, mas não chegaram a sair de dentro dos apartamentos.

Um fotógrafo argentino da Associated Press (AP), identificado como Rodrigo, também ficou ferido na perna. Segundo manifestantes disseram ao Terra, um professor identificado como Rafael foi detido pela Polícia Militar durante o ato. O homem seria de Jundiaí (SP) e, de acordo com imagens mostradas à reportagem do Terra no local, foi ferido com balas de borracha durante o confronto.

Com vários feridos no local, os manifestantes chegaram a pedir para que moradores abrissem os portões dos prédios, mas não foram atendidos. Os moradores, inclusive, aplaudiram a ação da PM de suas sacadas e janelas.

Um carro do SBT foi destruído perto do shopping Tatuapé. Próximo dali, na estação Tatuapé do metrô, a cerca de 1,5 quilômetros da Arena Corinthians, a Tropa de Choque cercou e bateu em manifestantes. O metrô foi fechado por medida de segurança, e só a estação da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) funcionava. Por volta das 15h50, a estação foi fechada por completo e a PM expulsou jornalistas e usuários do local.

Manifestantes protestam em SP no dia de abertura da Copa:

Nenhum representante da Polícia Militar foi encontrado no local para falar sobre a ação. O protesto é acompanhado por jornalistas de várias partes do mundo, que chegaram ao Brasil nas últimas semanas para a cobertura da Copa do Mundo.

Um representante da ouvidoria da Defensoria Pública do Estado de São Paulo acompanhou o protesto. A entidade promete averiguar se o Estado está respeitando o livre direito à manifestação. "Estamos aqui para averiguar se nenhum direito será suprimido. Nosso defensor já está verificando qualquer tipo de violência que tenha ocorrido", disse o ouvidor Alderon Pereira da Costa.

Metroviários e manifestantes divergem em protesto

Alguns manifestantes discutiram com integrantes do Sindicato dos Metroviários, que também apoiavam o protesto e marchavam pela readmissão dos 42 funcionários despedidos após a greve iniciada pela categoria na semana passada. As divergências começaram quando os metroviários fizeram um acordo com a PM para liberar a via, contrariando a vontade dos demais manifestantes.

Manifestantes se revoltam após acordo de metroviários com PM:

Ao ser avisado pela Tropa de Choque que teriam 10 minutos para desbloquear a rua, o presidente do sindicato, Altino dos Prazeres, subiu no caminhão de som e pediu para que os trabalhadores entrassem no sindicato e desobstruíssem a via. Os manifestantes não gostaram da atitude dos metroviários e gritaram palavras como "pelego", "entreguistas" e "vendidos". Na última sexta-feira, a mesma Tropa de Choque expulsou funcionários do Metrô de São Paulo que ocupavam a estação Ana Rosa, enquanto a categoria protestava, em greve, pelo reajuste de salário.

Fonte: Terra
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