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SP: metroviários contrariam TRT e mantêm linhas paralisadas

9 jun 2014 - 04h50
(atualizado às 13h12)
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<p>Devido à paralisação, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) manteve suspenso o rodízio municipal nesta segunda-feira para veículos com placas 1 e 2</p>
Devido à paralisação, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) manteve suspenso o rodízio municipal nesta segunda-feira para veículos com placas 1 e 2
Foto: Bruno Santos / Terra

Apesar da decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que considerou, no domingo, abusiva a greve dos metroviários de São Paulo que teve início na última quinta-feira, a categoria manteve paralisadas quatro das cinco linhas do Metrô, no início da manhã desta segunda-feira. 

De acordo com o Metrô, no quinto dia de greve dos metroviários, às 5h10, as linhas 1-Azul e 2-Verde estavam paralisadas. Apenas a Linha 4-Amarela, administrada pelo consórcio ViaQuatro, e a Linha 5-Lilás operavam normalmente neste horário.

Às 5h30, os trens passaram a operar parcialmente entre as estações Bresser-Mooca e Santa Cecília, na Linha 3-Vermelha. Às 6h20, as linhas 1-Azul e 2-Verde também passaram a operar parcialmente. Na primeira, os trens circulavam apenas entre as estações Paraíso e Luz. Na segunda, as composições faziam o transporte de passageiros entre as estações Paraíso e Clínicas.

Em nota divulgada na manhã desta segunda-feira, o Metrô afirmou que "respeita a decisão do Tribunal Regional do Trabalho e cumprirá as determinações da Justiça". "A Companhia aguarda o retorno imediato dos empregados ao trabalho para que o sistema volte a operar integralmente. Os excessos apurados durante a greve serão tratados em conformidade com os instrumentos internos e a legislação trabalhista."

Devido à paralisação, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) manteve suspenso o rodízio municipal nesta segunda-feira para veículos com placas 1 e 2. As restrições para circulação de caminhões e fretados, no entanto, permanecem.

Categoria mantém paralisação

No domingo, os metroviários de São Paulo decidiram, em assembleia, manter a paralisaçao, mesmo após a Justiça considerar abusiva a greve da categoria, que desde quinta-feira paralisou o funcionamento do Metrô na cidade de São Paulo.

Às 5h20, um grupo de cerca de 70 pessoas se concentrava em frente à estação Ana Rosa
Às 5h20, um grupo de cerca de 70 pessoas se concentrava em frente à estação Ana Rosa
Foto: Emanuel Colombari / Terra

Uma nova assembleia está marcada para hoje, às 13h, na sede do sindicato. No início da manhã, às 7h, a categoria fará um ato público na estação Ana Rosa, na Linha 1-Azul. O protesto terá a participação do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e outros movimentos sociais.

Às 5h20, um grupo de cerca de 70 pessoas se concentrava em frente à estação Ana Rosa e fechou a rua Vergueiro. Por volta das 6h40, a Tropa de Choque da PM agiu para tentar dispersar os manifestantes e chegou a usar bombas de gás lacrimogêneo.

Justiça decide contra sindicato

Segundo o desembargador Rafael Pugliese, relator do processo, "não houve atendimento mínimo à população, gerando grande transtorno, inclusive, no âmbito da segurança pública”. O tribunal decidiu ainda pela manutenção do pagamento da multa diária de R$ 100 mil pela paralisação ao Sindicato dos Metroviários em São Paulo, que será revertida ao Hospital do Câncer. 

Os desembargadores também decidiram que, caso os trabalhadores mantenham a greve, o sindicato deve pagar multa de R$ 500 mil por dia a partir desta segunda-feira. O julgamento concluiu pela autorização do desconto pelos dias parados, além de não assegurar a estabilidade dos grevistas.

A Justiça determinou o reajuste salarial da categoria em 8,7%, última proposta feita pelo Metrô. O colegiado estabeleceu ainda o valor do vale-alimentação mensal para R$ 290 mais parcela extra anual; e o vale-refeição diário para R$ 669,16. Outra definição importante do julgamento refere-se ao piso salarial dos engenheiros, no valor de R$ 6.154. 

Governo considera greve 'abusiva'

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), falou no domingo sobre a manutenção da greve dos metroviários, após o Tribunal Regional do Trabalho considerar a paralisação abusiva. "Agora não tem mais discussão, a greve é abusiva", disse.

Ele pediu que os funcionários da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) voltem ao trabalho, sob risco de demissão por justa causa. "Faço uma convocação para que os metroviários voltem, inclusive pelo direito de trabalhar dos 5 milhões que dependem do metrô para se locomover. Quem (os metroviários) não for trabalhar tem posibilidade de justa causa."

“Hoje, o Tribunal Regional do Trabalho decidiu, por unanimidade, que a greve é abusiva. Ela é totalmente ilegal. É importante deixar claro que a decisão judicial já ocorreu e o índice de reajuste salarial foi definido pelo dissídio”, afirmou Alckmin. “Quero reiterar a minha convocação: metroviário de verdade, volte ao trabalho!”, completou o governador.

Foto: Arte / Terra

Fonte: Terra
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